As informações captadas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana do Recife – realizada pela Agência CONDEPE/FIDEM em parceria com o DIEESE e a Fundação SEADE – mostram que os negros1 eram, em 2010, pouco mais de dois terços da População em Idade Ativa (PIA) e da População Economicamente Ativa (PEA), maioria, portanto, em relação aos não-negros, que representavam pouco menos de um terço destes contingentes.
Contudo, as dificuldades encontradas pelos negros para se inserirem no mercado de trabalho são consideravelmente maiores, reveladas nitidamente na sua elevada parcela no contingente de desempregados: para cada cem pessoas desempregadas setenta e cinco eram negras e vinte e cinco não-negras.
No que tange a participação ocupacional por raça/cor, segundo formas de inserção e por setores de atividade pode-se inferir que os negros são minoria no setor público, que paga quase o dobro da remuneração praticada no setor privado, e representam parcelas maiores que a dos não-negros, entre os autônomos, na construção civil e nos serviços domésticos, ocupações tipicamente mais precárias, portanto, com remuneração insuficiente para financiar as despesas da família.
O rendimento médio auferido pelos não-negros (R$ 1.081), em 2009, era 43,9% superior ao recebido pelos negros (R$ 751). Em 2010, essa relação pouco se altera: a renda média dos não-negros (R$ 1.193) passa a ser 45,0% superior à dos negros (R$ 823).
Condepe/Fidem