O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, faleceu neste domingo (24), aos 93 anos, no Rio de Janeiro. Internado há três semanas no Hospital Copa D’Or, ele tratava uma pneumonia. A morte foi confirmada por sua esposa, Célia Regina Pierantoni.
Jaguar foi um dos fundadores do jornal satírico O Pasquim, criado em 1969, ao lado de nomes como Tarso de Castro e Sérgio Cabral. Com seu humor mordaz e traço inconfundível, tornou-se símbolo da resistência à ditadura militar e referência na imprensa alternativa brasileira.
Sua trajetória começou nos anos 1950, quando abandonou o cargo no Banco do Brasil para se dedicar ao humor gráfico, incentivado pelo cronista Sérgio Porto. Jaguar colaborou com diversas publicações, como Manchete, Senhor, Pif-Paf e Última Hora, consolidando seu estilo crítico e irreverente.
Em 1968, lançou o livro Átila, você é bárbaro, uma sátira à violência e ao preconceito. No Pasquim, criou o personagem Sig, um ratinho inspirado em Freud, que se tornou mascote da publicação. Jaguar foi o único fundador a permanecer até a última edição do jornal, em 1991.
Durante o regime militar, foi preso por três meses e libertado no Réveillon de 1970. Mesmo após abandonar o álcool aos 82 anos por questões de saúde, manteve o espírito provocador que o consagrou. Jaguar deixa a esposa, Célia, e a filha, Flávia Savary. Seu legado permanece como um marco na história do humor, da liberdade de expressão e da cultura brasileira.