Podcast Taís Paranhos

domingo, 28 de maio de 2023

Um ano após desabamento, moradores de condomínio em Jaboatão pedem segurança e estruturação

 

Muita gente luta pra realizar o sonho da casa própria e acaba passando por pesadelos. É o caso dos moradores do Condomínio Ecovila Yapoatan, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife. Em 2022, o deslizamento de uma barreira - que desabrigou 20 famílias e matou duas pessoas - acabou desestruturando boa parte das áreas sociais e de lazer do condomínio. A defesa civil de Jaboatão até colocou uma lona, mas além de estar toda rasgada, o risco de ter novos desabamentos na barreira ainda continua.

A advogada Cariane Ferraz conversou com nosso blog, falando da situação dos moradores, que ainda temem novos deslizamentos, ainda mais agora, numa época de muita chuva e riscos de deslizamentos. "Hoje essa barreira está coberta com uma lona, mas a lona já está toda rasgada. Já está inservível também". E ela continua: "Em relação à defesa civil, eles só fizeram o trabalho após da tragédia , de tirar o pessoal, de evacuar as casas, mas em relação à causa da queda eles não emitiram nenhum parecer", denuncia.

Doutora Cariane segue denunciando: "Eu tenho todos os documentos relativos à vistoria da defesa civil mostrando que foram afetadas mais de 20 famílias e tenho também o laudo do instituto de criminalística da Polícia Civil, demonstrando que a barreira caiu por conta das rachaduras que existiam na área de lazer. A gente já tinha comunicado à construtora e ela não fez nada porque disse que não tinha problema algum naquelas rachaduras ali, ou seja, a construtora disse que eram fissuras e que não haveria nenhum problema. Que eram normais. E aí a gente ficou acreditando na construtora". Porém, a tragédia aconteceu.

Ministério Público - Com isso e com o laudo do condomínio foram abertos três procedimentos no Ministério Público de perto de Jaboatão. Um deles, para investigar as mortes, está sendo encaminhado para a Polícia Civil e o responsável da Delegacia de Cavaleiro, o Instituto de Criminalística já deu o laudo concordando com o laudo do condomínio que é a causa da queda, as infiltrações da água por meio dessas rachaduras que preexistiam e que o condomínio já tinha feito chamados na construtora. "E agora está faltando o delegado fazer o indiciamento. O processo já está todo pronto e está faltando isso. Então a gente quer justamente que se dê luz e esses fatos pra andar os procedimentos na polícia civil que estão parados", comenta a advogada.

O segundo procedimento é em relação à promotoria de meio ambiente de Jaboatão. "Foram identificadas diversas falhas aconteceram durante a execução do projeto, inclusive a construtora desmatou a área, não fez a proteção, e isso aí está garantindo no na representação que a gente fez junto ao Ministério Público e a gente quer tomar essa providência de multá-la".

E no terceiro procedimento, os moradores entraram com ação civil pública. "Solicitamos condenação de danos coletivos e a questão da reconstrução da área de lazer e a área do talude, onde a gente demonstra justamente isso, que houve diversas falhas construtivas que geraram, que causaram essa queda da barreira. Inclusive os próprios blocos, que hoje não estão afetados com essa queda, mas têm vícios de construção, ou seja, na realidade o projeto previa uma coisa, entregaram outra", finaliza Cariane Ferraz.

Vejam abaixo outras imagens do condomínio.

Nota do Blog: O Ministério Público em Jaboatão, ou a Construtora podem responder aqui no Blog sobre essas denúncias relacionadas à Ecovila Yapoatan, pois o espaço está aberto para respostas.