Após terminar as investigações do caso dos comentários feitos pela blogueira Júlia Salgueiro contra uma criança portadora de Síndrome de Down numa rede social, o delegado Paulo Rameh pediu a prisão preventiva e irá encaminhar o inquérito ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) na tarde desta segunda-feira (3). Apesar de a defesa da acusada ter alegado que ela sofre de depressão e faz uso de medicação controlada, o responsável pelas investigações alegou que a justificativa não tem efeito sob as investigações policiais.
"O quadro depressivo não elimina nem justifica a conduta dela. Cabe à Justiça definir se a doença merece a diminuição ou a não aplicação da pena", explica Rameh. A blogueira, segundo o inquérito, foi enquadrada no crime de Discriminação de Pessoas em Razão de sua Deficiência e, por ter utilizado a internet para cometer o delito, pode ter a pena ampliada para até cinco anos de prisão, além de precisar pagar uma multa de valor a ser definido pela Justiça, caso haja condenação. "Esse é um caso em que o clamor público solicita uma punição a essa pessoa e é nesse sentido, somando isso à gravidade do fato, que eu peço a prisão preventiva", frisa.
Ainda de acordo com Rameh, a blogueira afirmou ter apagado os comentários para evitar danos futuros. "Ela também disse que os comentários não eram direcionados especificamente à criança, mas às outras pessoas que estavam acompanhando a publicação", conta.
O titular do caso afirmou, ainda, ter recebido outras publicações referentes à blogueira. Por terem sido enviados ao delegado na noite do domingo (2), os comentários não entrarão no inquérito. Rameh não confirma a data das publicações, mas afirma que os posts foram feitos por pessoas que conviveram com a blogueira. "As pessoas que escreveram esses comentários dizem que ela já praticou outras ofensas e que, pelo seu comportamento, ela estaria banida do mundo da moda", diz.
O advogado responsável pela defesa da blogueira, Humberto Cavalcante, informou que impetraria ainda hoje um habeas corpus preventivo para que ela responda o processo em liberdade.
Acre - Um vídeo polêmico vem circulando no whatsapp e na internet desde as primeiras horas desta domingo (2). Nas imagens, em tom de ironia, o delegado de Polícia Civil, Flavio Henrique Peviani (foto ao lado), afirma que os portadores de Síndrome de Down são “filhos de extraterrestres com macacas”.
No video é possivel ver Peviane simulando conceder uma entrevista a uma suposto policial civil que pediu ao delegado explicações sobre a Síndrome de Down.
O local onde as declarações de Peviani são concedidas indica ser nas dependências de uma das delegacias de Polícia de Civil de Rio Branco.
O secretário de Polícia Civil do Acre, Carlos Flávio, emitiu nota repudiando as declarações do delegado e afirmando que o servidor será responsabilizado pelo que foi dito, como também serão punidos os demais envolvidos.
Carlos diz, ainda, que “A Polícia Civil não coaduna com a postura inadequada e desrespeitosa do servidor e tomará as providências no intuito de identificar e responsabilizar todos os envolvidos na gravação e veiculação do vídeo, e adotará as medidas necessárias e cabíveis”.
Com informações do Portal G1 e da Folha do Acre