quarta-feira, 20 de julho de 2016

"Ou se converte ou morre"

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL - RJ) foi vítima de um ataque homofóbico por um homem que se passou por fã do ativista LGBT. O rapaz que pediu para fazer uma selfie com ele é o bispo Marcos Klain, da Comunidade Bíblica da Graça, do Rio de Janeiro.

Nesta terça-feira, dia 19, no Facebook, o bispo publicou a foto ao lado do parlamentar com a seguinte legenda: “Acho que ele pensou que meu sorriso era pela foto conseguida… Mas ele não sabe que eu só queria colocar minhas mãos sobre ele pra profetizar… “ou se converte, ou morre”. O Brasil é de Jesus!!!”
Apesar do discurso de ódio e da ameaça de morte, seus seguidores aplaudiram a atitude homofóbica. “Excelente estratégia”, comentou um. “Isso aí, profeta. Acho que mais dois minutos ele seria jogado pela janela. Como não foi, devemos orar por ele!”, escreveu outro.
Ao ser questionado por um estrangeiro sobre quem é Wyllys, o bispo respondeu: “Deputado gay do Brasil, responsável por muitas leis que vão totalmente contra a palavra de Deus”.
"Cristãos não pensam assim"
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) condenou a ameaça do bispo Marcos Klain em seu perfil no Facebook. Por meio de sua assessoria, o parlamentar, militante dos direitos humanos e da causa LGBT, disse nesta quarta-feira, 20, em nota que o episódio revela o nível de "ódio, ressentimento e desonestidade". "Os verdadeiros cristãos não pensam assim como esse bispo, que fez uma ameaça postando o próprio rosto e agora vamos entregar o print à Polícia Federal", afirma o texto. 
O parlamentar está em missão oficial em Londres a convite da Kings College London e, segundo sua assessoria, é sempre solícito ao ser abordado em locais públicos "porque 99% das vezes são pessoas honestas e que realmente gostam dele e querem ter uma lembrança do encontro", diz o texto.
Diante da grande repercussão ele acabou tirando do ar a postagem. Para a assessoria de Jean Wyllys, a postura do bispo contribui para a violência contra a população LGBT no Brasil. "Vejam a quantidade de assassinatos de pessoas LGBT que houve no último mês. É uma situação muito grave, e esses fundamentalistas religiosos que pregam o ódio contra a comunidade LGBT também são responsáveis por esses crimes".
Yahoo e Jornal O Povo (CE)