Podcast Taís Paranhos

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" é escolhido para representar Brasil no Oscar

O filme "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", do diretor paulistano Daniel Ribeiro, foi escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2015. O Ministério da Cultura escolheu o longa como candidato brasileiro ao prêmio de filme estrangeiro. A última vez que um filme nacional disputou essa estatueta foi em 1999, quando "Central do Brasil", de Walter Salles, foi finalista ao lado de "A Vida É Bela", do diretor Roberto Benigni.

Daniel Ribeiro, que está em temporada na Austrália, disse que é uma honra ser selecionado entre tantos filmes bons. "O Brasil vive um momento muito histérico com discussões de diversidade sexual. Parece ser o momento em que o Brasil quer tocar nessa temática", falou o diretor, por telefone, ao UOL. A ministra da Cultura, Marta Suplicy, que fez o anúncio do indicado em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, disse que o longa tem linguagem universal. "É um filme muito sensível e pode trazer muitas vitórias", disse ela.
Escolhido entre 18 candidatos por uma comissão do Ministério da Cultura, "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho" será pré-indicado à Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos, que receberá sugestões de vários países, e somente em janeiro revelará os cinco filmes finalistas à estatueta de produções estrangeiras. A cerimônia de premiação do Oscar 2015 está marcada para 22 de fevereiro.
O filme conta a história de Leonardo, um garoto cego de 15 anos, interpretado por Guilherme Lobo, que procura ser independente em uma sociedade super-protetora. O jovem estudante do ensino médio se apaixona pelo amigo Gabriel (Fabio Audi), ao mesmo tempo em que desperta sentimentos pela colega Giovana. 
"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", vencedor do prêmio da crítica no Festival de Berlim, fez uma forte campanha nos Estados Unidos com a distribuidora Strand Releasing e entrou em cartaz em circuito comercial. No Brasil, o filme estreou em poucas salas mas reuniu, em pouco mais de quatro semanas, 167 mil espectadores. 
A escolha do indicado
Participaram da seleção longas que foram exibidos comercialmente, pela primeira vez no Brasil, por, no mínimo, sete dias consecutivos no período de 1º de outubro de 2013 a 30 de setembro de 2014, confirmado por meio de comprovante de exibição. Segundo o Ministério da Cultura, foram inscritos 20 filmes, mas dois deles ("Faroeste Caboclo" e "A Coleção Invisível") não puderam concorrer por terem entrado em cartaz antes da data limite estipulada pela Academia.
Fizeram parte da banca que selecionou o filme: George Torquato Firmeza, ministro do departamento cultural do Itamaraty; Jeferson De, diretor, produtor e roteirista; Luis Erlanger, jornalista; Sylvia Regina Bahiense Naves, coordenadora-geral de Desenvolvimento Sustentável do Audiovisual da Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura; e Orlando de Salles Senna, Presidente do conselho da Televisão América Latina.
No ano passado, O representante brasileiro para o Oscar 2014 foi "O Som ao Redor", do diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho. O longa, bastante premiado e elogiado pela mídia estrangeira, no entanto, não chegou a figurar entre os nove filmes pré-selecionados pela Academia. 
Além de "O Som ao Redor", os últimos filmes brasileiros selecionados a concorrer à indicação foram "O Palhaço" (2013), de Selton Mello; Tropa de Elite 2: o Inimigo agora É Outro" (2012), de José Padilha; "Lula, o filho do Brasil" (2011), de Fábio Barreto; "Salve Geral" (2010), de Sérgio Rezende.
Veja os filmes que concorreram à vaga:
"A Grande Vitória", de Stefano Capuzzi
"A Oeste do Fim do Mundo", de Paulo Nascimento
"Amazônia", de Thierry Ragobert
"Dominguinhos", de Eduardo Nazarian, Joaquim Castro e Mariana Aydar
"Entre Nós", de Paulo Morelli
"Exercício do Caos", de Frederico Caos
"Getúlio", de João Jardim
"Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro
"Jogo de Xadrez", de Luís Antônio Pereira
"Minhocas", de Paolo Conti e Arthur Nunes
"Não Pare na Pista - A Melhor História de Paulo Coelho", de Daniel Augusto
"O Homem das Multidões", de Marcelo Gomes e Cao Guimarães
"O Lobo Atrás da Porta", de Fernambo Coimbra
"O Menino e o Mundo", de Alê Abreu
"O Menino no Espelho", de Guilherme Fiúza Zenha
"Praia do Futuro", de Karim Aïnouz
"Serra Pelada", de Heitor Dhalia
"Tatuagem", de Hilton Lacerda
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