quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

No Recife, novo banco de sangue pode ampliar coleta de doações


Cerca de 1,9% da população de Pernambuco é doadora regular de sangue. O dado, repassado pela Fundação Hemocentro de Pernambuco (Hemope), coloca o estado abaixo do estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que define como seguro para repor o estoque de sangue um percentual entre 3% e 5% de doadores entre a população geral. A partir desta quarta-feira (27), os pernambucanos contam com mais um ponto para doação de sangue na capital: o Hemato, banco de sangue particular que será inaugurado esta noite e poderá ajudar a ampliar o universo de doadores no estado.

Com foco no atendimento a pacientes de hospitais particulares em Pernambuco, o novo banco de sangue também pretende dar suporte aos postos de doação já existentes no estado - tanto a rede do Hemope e quanto à sede do Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene). “A ideia é exatamente trabalhar nos hospitais e nas clínicas privadas na Região Metropolitana do Recife, com o objetivo inclusive de abrir unidades dentro dos hospitais”, afirma o diretor do Hemato, o médico Romualdo de Almeida Filho.

O novo banco vai atender mais de 10 hospitais e clínicas médicas no Grande Recife, com uma estimativa de realizar de 800 a 1.000 doações de sangue por mês. “Ele funcionará conforme as demandas não só dos paciente internados e os pacientes que fazem transfusões ambulatoriais, mas também faremos campanhas dentro de empresas, no sentido de conscientizar a população a doar sangue”, explica o executivo.


As campanhas ainda são necessárias, infelizmente. “Um homem é considerado doador regular quando doa a cada quatro meses ao ano, e uma mulher, a cada três meses. Hoje, os estoques não são adequados porque não alcançamos o percentual de doadores de forma regular”, pontua Elizabeth Vilar, presidente da Fundação Hemope. “Um dado interessante é que o Brasil precisaria aumentar praticamente 40% o número de doações anuais para ter autossuficiência no estoque de sangue, o que seria em torno de 5,5 milhões de doações ao ano. O que acontece atualmente são 3,5 milhões de doações anuais”, calcula Romualdo Filho.
O Hemope tem uma média mensal de 11 mil doações. Além do hemocentro coordenador, que funciona no Recife, há mais oito regionais, que vão de Caruaru até Petrolina. “Só no Recife e Região Metropolitana são 7,8 mil doações, o que corresponde a cerca de 70% do total do estado. Vale ressaltar que a quantidade maior de coletas na região da capital se deve ao fato da maior demanda, maior número de hospitais”, argumenta Elizabeth.

Já o Ihene, instituição privada assim como o Hemato, realiza uma média de 4 mil doações de sangue por mês em Pernambuco. "Pode variar para mais ou para menos, com meses com 3 mil ou 5 mil doações. Também depende das épocas festivas", explica o gestor de qualidade do Ihene, Ricardo Oliveira.

Em relação a divisão de coletas feitas por órgão públicos ou privados, a presidente do Hemope esclarece que a maior parte das doações deve ser realizada na rede pública. “O Ministério da Saúde estabelece que pelo menos 65% de todas as coletas de doações de sangue devem ser realizadas no sistema público de saúde. Os [bancos] particulares funcionam como complementares, atendendo principalmente aos leitos privados. Caso não haja disponibilidade de determinado grupo sanguíneo, ele vai ter que funcionar com o objetivo principal ao paciente”, afirma a presidente do Hemope.

Vale lembrar que é considerada apta para doar sangue a pessoa com saúde normal, que tenha entre 16 anos completos e 68 anos, 11 meses e 29 dias de idade, com, no mínimo, 50 quilos. O novo banco de sangue Hemato tem sede na Avenida Lins Petit, 264, bairro da Ilha do Leite, próximo à Praça Chora Menino. O Hemope atende na Rua Joaquim Nabuco, 171, no Derby, enquanto o Ihene funciona na Rua Tabira, 54, bairro da Boa Vista.

Portal G1