sexta-feira, 24 de agosto de 2012

História: hoje faz 58 anos que Getúlio Vargas morreu

Getúlio Dornelles Vargas presidiu o Brasil em duas ocasiões: entre 1930 a 1945 e entre 1950 e 1954. Dessa forma, foi o brasileiro que ficou mais tempo na Presidência da República. De sua época, veio a CLT, o voto feminino, o Estado Novo e a alcunha de "Pai dos Pobres". O político gaúcho, em meio a uma crise política desencadeada pelo atentado contra o deputado Carlos Lacerda (que causou a morte do militar Rubens Vaz, que fazia a segurança do parlamentar), decidiu reverter a seu favor, de uma forma extrema: suicidando-se com um tiro no peito no dia 24 de agosto de 1954. Veja a seguir a carta que o então presidente deixou, cunhada com a frase "saio da vida para entrar na história":


“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculizada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. [...] Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na história.”

Com informações da Revista Superinteressante