segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Levy se assume como "candidato da direita" e promete defender ditadura

Publicitário, jornalista e "consultor internacional em mobilidade urbana", Levy Fidelix mais uma vez disputará uma eleição presidencial pelo PRTB (Renovador Trabalhista Brasileiro), legenda que trata como um filho. Será o 13º pleito no currículo de Levy, o segundo na condição de presidenciável.
Em eleições anteriores, já tentou ser governador, prefeito, deputado federal e até vereador, sempre com votações irrisórias, inferiores a 1% do eleitorado. A explicação de Levy para o fraco desempenho é a existência de um complô contra a sua figura. Ele se diz roubado pelas urnas eletrônicas e pesquisas, além de perseguido pela imprensa. Acusa, ainda, outros políticos de se apropriarem de suas ideias.
Para enfrentar toda essa conspiração, "o homem do aerotrem", como se autodeclara, tem um trunfo para as eleições presidenciais de outubro: irá se apresentar como o único candidato de direita, inclusive com promessa de defesa da "revolução" de 1964 em pleno horário eleitoral, diferentemente do que fez nas eleições anteriores.
A mudança de foco tem uma explicação: em 2014, o PRTB irá emprestar a sigla para candidatos do Partido Militar Brasileiro (PMB), que não obteve o registro na Justiça Eleitoral em tempo hábil. A esperança de Levy é que o discurso conservador alavanque as candidaturas do PRTB, elevando de dois para pelo menos dez o número de deputados federais. Com esta bancada, ele espera barganhar ao menos um ministério no próximo governo, seja qual for o presidente.
Sempre esbanjando amor próprio, Levy critica a corrupção dos partidões, mas vê com naturalidade a presença no PRTB de políticos ficha-suja, como o ex-senador Luiz Estêvão e o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz. Conhecido pela aparição constante nas eleições e pelo estilo peculiar, Levy nega que viva da política e rejeita o rótulo de político caricato. 
Veja abaixo a entrevista de Levy ao UOL.
UOL - O que o senhor faz no dia-a-dia além da política?
Levy Fidelix -
 Sou consultor internacional em mobilidade urbana. Você sabe muito bem que eu tenho ido muito à Europa e voltado trazendo ideias e conceitos. Sou jornalista, escrevo colunas, tenho uma atividade grande. Tenho uma empresa na área de mineração em Minas Gerais. Sou um camarada que não vivo da política, vivo na política. Antes de estar no PRTB, trabalhei durante dez anos em comércio internacional dirigindo uma trade company. Conheço o mundo, 40 e tantos países. Já exportei café, suco, até carro da Gurgel pra Arábia Saudita. Trouxe até cavalo da Argentina. Tenho know-how e conhecimento internacional.
UOL - O senhor já se candidatou várias vezes a vários cargos, sempre com votações irrisórias. Por que continua se candidatando?
LF - 
Água passada não roda moinho. Pra começar, não confio nessas urnas eletrônicas. É uma fraude só, um roubo só. Esses computadores têm dois tipos de contabilidade: um virtual e um real. Eu, como partido, tenho como meta divulgar a política ideológica do PRTB. São conceitos e valores. Quem já deu mais contribuição nos últimos dez anos em termos de ideias e conceitos fui eu, com certeza. O anel viário em São Paulo foi ideia do Levy Fidelix em 1994 e hoje é o Rodoanel. O aerotrem está aí sendo feito, duas linhas em São Paulo, só mudaram o nome para monotrilho, que é a mesma coisa. Hoje em dia temos a cesta básica desonerada em 15% graças a Levy Fidelix. A dona Dilma [Rousseff] permitiu agora que se faça investimentos, o PAC dos Desastres Ecológicos, em cima do meu projeto das calamidades públicas. A minha contribuição tem sido efetiva.
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