quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desemprego na RMR chega ao menor índice para o mês de outubro, desde o início da série histórica

A taxa total de desemprego na RMR chegou a 13,5% em outubro. Além desse indicador, a taxa de participação no mês de outubro também é a maior de toda a série histórica (55,7%). Com relação às demais regiões metropolitanas, pela primeira vez o rendimento real médio dos ocupados no Recife passou o de Salvador.

O aquecimento natural da economia no último trimestre do ano refletiu no aumento de oportunidades no mercado de trabalho. A constatação está na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Agência CONDEPE/FIDEM em parceria com o DIEESE e a Fundação SEADE.

De acordo com a PED, a taxa de desemprego total na Região Metropolitana do Recife (RMR) passou de 13,9%, em setembro, para 13,5% da População Economicamente Ativa (PEA), em outubro. Essa é a menor taxa de desemprego para o mês de outubro desde o início da série, iniciada em novembro de 1997. Influenciaram na queda do índice a diminuição do desemprego aberto, que passou de 9,0% para 8,4% da PEA e a estabilidade no desemprego oculto (de 4,9% para 5,1%). O contingente de desempregados foi estimado em 261 mil pessoas.


No conjunto das sete regiões metropolitanas pesquisadas pela PED (Distrito Federal, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo), a taxa de desemprego total passou de 10,6%, em setembro, para 10,1%, em outubro. Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto reduziu-se de 8,1% para 7,7%; a de desemprego oculto variou de 2,5% para 2,4% e a taxa de participação passou de 60,1% para 59,9%.


Outro indicador que bateu a série histórica foi a taxa de participação (indicador que expressa a proporção de pessoas com 10 anos ou mais incorporadas ao mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas) que cresceu de 54,6% para 55,7%. “Isso mostra que o mercado de trabalho na Região Metropolitana está mais atrativo para os trabalhadores”, comenta o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Agência Condepe/Fidem, Rodolfo Guimarães.

O nível de ocupação na RMR registrou aumento tanto no comportamento mensal (2,7%), como nos 12 meses (4,0%), quando comparado com as demais regiões pesquisadas. São Paulo e Distrito Federal tiveram crescimento de 0,6%, seguido de Fortaleza (0,5%). Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador apresentaram queda no indicador de, respectivamente, 1,4%, 0,7% e 0,4%.

Segundo os principais setores de atividade econômica analisados, houve crescimento em outubro na Indústria de Transformação (4 mil), no Comércio (6 mil), nos Serviços (32 mil) e na Construção Civil (2 mil). O agregado Outros Setores – composto pelos Serviços Domésticos e outras atividades não definidas – não variou.

Na comparação com outubro de 2010, todos os setores tiveram variação positiva de postos de trabalho. “No setor da Construção Civil o número de ocupados cresceu, no mês, 2,0%, e, nos 12 meses, 9,5%. Apesar do ramo de Edificações não ter apresentado nenhuma alteração, ele lidera nos 12 meses com variação de 15,2%, enquanto o ramo de Reformas possui crescimento de apenas 1,6%”, analisa Rodolfo Guimarães.

Segundo posição na ocupação, verificou-se acréscimo no nível de assalariamento total (2,8%) e no segmento de trabalhadores autônomos (4,3%), enquanto o contingente dos classificados nas demais posições (composto por empregados domésticos, trabalhadores familiares sem remuneração e donos de negócio familiar), manteve-se estável em 0,4%. “Os autônomos se inserem no mercado de acordo com o movimento natural da economia, onde os destaques estão nas compras de fim de ano e nos serviços prestados no começo do ano, a exemplo dos serviços de pequenas construções e reformas”, explica o economista.


O desempenho do assalariamento privado refletiu o aumento do número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada (2,5%) e dos trabalhadores sem carteira (3,9%). No comportamento dos últimos 12 meses, houve aumento do assalariamento total em 6,2%, influenciado pela geração de 63 mil empregos no setor privado. Os ocupados também aumentaram seu percentual em 2,5%.

RENDIMENTO EM ALTA – Pela primeira vez o rendimento real médio dos ocupados no Recife (R$ 1.025) ultrapassou o de Salvador (R$ 1.001), entre agosto e setembro. Na Região Metropolitana do Recife, o rendimento médio real dos assalariados aumentou 4,1% (R$ 1.138), assim como a massa de rendimentos reais, que cresceu para ocupados e assalariados 3,9% e 5,4%, respectivamente.

“Apesar de Salvador apresentar um mercado de trabalho mais estruturado, em virtude dos grandes investimentos recebidos nos anos 80, Pernambuco acaba despontando essa posição diante do atual momento de crescimento que o Estado vive”, analisa Rodolfo.

Em relação a setembro de 2010, os rendimentos médios reais dos ocupados, assalariados e autônomos cresceram 5,0%, 6,8% e 9,4%, respectivamente. A massa de rendimento dos ocupados aumentou 8,2% e a dos assalariados em 13,0%, em ambos os casos devido à ampliação do nível de ocupação e do rendimento médio real.

Condepe/Fidem