Durante o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo mobiliza instituições e a sociedade civil em torno da prevenção ao suicídio, um grave problema de saúde pública que afeta milhares de famílias brasileiras. Em 2022, o Brasil registrou mais de 13 mil mortes por suicídio — uma média de 32 casos por dia, segundo dados oficiais.
Criada em 2015 pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), a campanha se tornou o maior movimento mundial dedicado à prevenção do suicídio. O marco da iniciativa é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, celebrado em 10 de setembro.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos no mundo, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, o crescimento entre adolescentes e jovens é preocupante: houve aumento de 43% nas mortes por suicídio nessa faixa etária nos últimos dez anos, segundo o Unicef.
Diversos fatores estão associados ao risco de suicídio, como transtornos mentais (depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia), abuso de substâncias, vulnerabilidade socioeconômica, isolamento social e dificuldade de acesso a serviços de saúde. Estudos indicam que 96% dos casos estão ligados a transtornos mentais e que 90% poderiam ser evitados com diagnóstico precoce e tratamento adequado.
Especialistas alertam para sinais que não devem ser ignorados, como mudanças bruscas de comportamento, frases que indicam desejo de desaparecer, isolamento, perda de interesse por atividades antes prazerosas, automutilação e comportamentos de risco.
Para ampliar a rede de apoio, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento gratuito por meio da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que inclui os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços hospitalares especializados. O CVV também disponibiliza apoio emocional gratuito e sigiloso, 24 horas por dia, pelo telefone 188, além de chat e e-mail.
“Falar sobre o suicídio, sem tabus ou julgamentos, é fundamental para que as pessoas que estão em sofrimento sintam-se acolhidas e compreendam que não estão sozinhas. A escuta terapêutica empática pode salvar vidas”, afirma Wilma Soares, coordenadora da equipe de Psicologia da Clínica Reconciliar SPA Terapêutico.
O Setembro Amarelo é um chamado à empatia, à escuta e à valorização da vida — um compromisso coletivo com o cuidado em saúde mental.
📌 Serviço
Apoio emocional gratuito e sigiloso: CVV – telefone 188 ou www.cvv.org.br
