A recente aprovação da reforma tributária no Brasil está prestes a provocar uma revolução silenciosa no setor logístico. Com a unificação de impostos e a mudança na lógica de arrecadação — que passa a considerar o destino da mercadoria — empresas terão de repensar profundamente suas estratégias operacionais.
Felipe Trigueiro, CEO da FTLOG Soluções em Logística, alerta que o impacto vai muito além da contabilidade. “Com o fim da guerra fiscal, as empresas precisarão reavaliar seus centros de distribuição e redesenhar rotas. O mapa logístico brasileiro tende a mudar nos próximos anos”, afirma.
📦 Reposicionamento estratégico
A nova dinâmica tributária deve estimular a migração de hubs logísticos para regiões mais próximas dos grandes centros consumidores, reduzindo prazos de entrega e otimizando custos. “O centro de distribuição que hoje é vantajoso por incentivos fiscais pode se tornar inviável. O planejamento terá de considerar fatores como infraestrutura, mão de obra e custos reais de transporte”, explica Trigueiro.
🌐 Integração multimodal e visão 360º
Estados com boa conexão entre rodovias, ferrovias, portos e aeroportos podem se tornar polos estratégicos. A reforma também exige maior integração entre as áreas fiscal e logística das empresas. “Não basta olhar para a carga tributária. É preciso considerar lead time, capacidade de atendimento e até impactos ambientais”, reforça o executivo.
⏳ Hora de agir
Trigueiro acredita que o período de transição será crucial para quem deseja manter competitividade. “As empresas que se anteciparem e reposicionarem seus ativos de forma inteligente sairão na frente. A reforma tributária é uma oportunidade de reposicionar o setor logístico no Brasil”, conclui.