quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

#ChupaQueHidrata o picolé queridinho do Carnaval de Olinda

Tayná Maysa, de 24 anos, é cozinheira, batuqueira, estudante de confeitaria e militante do Movimento Negro. Agora ela está fazendo sucesso com um picolé de frutas com cobertura de chocolate. Além do sabor, o picolé ficou conhecido por conta de estar em um formato de pênis: o Picalé.

Tudo começou com um desafio do seu curso de Confeitaria: os alunos deveriam fazer um quitute para ser consumido ou nas festas de Fim de Ano, ou no Carnaval. Aí foi juntar o útil ao agradável. Agora ela está famosa, não apenas no Brasil, mas também no Exterior. "Passada, porque fiquei famosa até em Portugal e na Alemanha. 

O formato genital não vai se restringir ao picalé. "Em breve quero fazer também o priquitolé". O blog conversou com ela sobre sucesso, empoderamento, desconstrução e descontração também. Vamos à entrevista:

Como surgiu essa ideia do "Picalé"?
Ah, isso surgiu depois de uma provocação dos cordenadores do curso de confeitaria em que eu faço dentro da ONG GTP+, os alunos deveriam criar sobremesas para serem vendidas em festas como o Natal e Carnaval. Como aqui em Pernambuco a gente tem bolo de rolo, eu pensei em criar um nas cores coloridas da bandeira LGBTQ em formato de "bilola" e eu e meus amigos fizemos um trocadilho para "bolo de rola" mas depois vi que seria difícil vender durante a ceia de Natal e a folia. É um calorão enorme. Foi aí que surgiu a ideia desse picolé em formato de "bilola" depois que a ideia veio de um sonho que tive.Uma amiga me emprestou um dinheiro para investir, e aí, deu tudo muito certo. 

E a repercussão?
Foi bem tranquila, as vezes fico mal porém são consequências, sei lidar. Como eu tenho um pensamento político, depois de toda a repercussão eu fiquei com os pés no chão porque existem coisas maiores, relevantes e graves para se preocupar por exemplo, sobre 54% dos homens baterem e matarem suas companheiras, isso é GRAVE, sem deixar de falar das mulheres e dos jovens NEGROS sendo assassinados, homens negros encarcerados. Enfim, isso foi uma forma de ganhar dinheiro e está dando muito certo. Apesar de nunca ter pensado em ganhar dinheiro com uma bilola em forma de picolé, nem passou pela minha cabeça...

E para o futuro?
Atualmente eu estou investindo, entrei com os dois pés junto a uns amigos e o apoio do GTP+, a ONG que faço parte. Mas se eu não tentar e aproveitar os minutinhos de fama depois iria me arrepender. E sim, vale lembrar que há alguns homens desconstruídos que estão se divertindo batente, brincado e etc, rompendo essa masculinidade tóxica. Ah, sempre me perguntam do priquitolé, que quero fazer daqui a alguns meses. Eu já trabalho dentro da escola onde faço confeitaria, mas existem projetos que eu quero colocar em prática.Com o axé de meu ancestrais, minha coragem é força de vontade dará certo!