"Todos os produtos que entraram em Portugal apresentavam características absolutamente normais, portanto não há necessidade alguma de desencadear uma ação para os retirar do mercado", afirmou o diretor de alimentação e veterinária do governo português, Fernando Bernardo, aos jornalistas.
Do Brasil, veio apenas 3,7% do total das carnes que Portugal importa, referiu. "Não vamos tomar nenhuma medida no sentido de proibir a importação de carne do Brasil", esclareceu, indicando que as quatro empresas autorizadas a exportar para a Europa identificadas num caso de fraude já estão "bloqueadas".
"A exposição dos portugueses a qualquer eventual risco que pudesse existir nestes produtos é extremamente baixa", garantiu. O responsável falava durante encontro com jornalistas, em Lisboa, na sequência de um caso que envolve 21 estabelecimentos de produção de carne implicados numa fraude com origem no Brasil.
Segundo o diretor-geral, este é "um problema interno do Brasil". Apenas quatro daqueles estabelecimentos estavam autorizados a exportar para a União Europeia, frisou: "Não há motivo nenhum para as pessoas se sentirem preocupadas". A pequena quantidade de carne que entrou em Portugal, segundo a mesma fonte, foi controlada à entrada no mercado europeu e encontrava-se satisfatória.
"A carne em que foi detetado o uso de substâncias ilícitas, na maior parte, não veio para a Europa, foi para países asiáticos e do Oriente Médio", acrescentou. A Comissão Europeia decidiu que os estados-membros devem reforçar o controle, o que em Portugal será feito pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Diário de Notícias (Portugal)