quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

🍰 O bolo de noiva: um doce patrimônio da memória pernambucana

  

📖 O lançamento do livro Entre Afetos e Tradições: Vidas Dedicadas ao Bolo de Noiva Pernambucano, da escritora Cristiane Barros, reacende a chama da cultura alimentar de Pernambuco. A obra reúne histórias de boleiras e chefs que dedicaram suas vidas a preservar uma tradição que atravessa séculos e se tornou símbolo da identidade do estado.  

🍬 O prefácio, escrito pelo antropólogo e pesquisador Raul Lody, mergulha na importância histórica do bolo para Pernambuco. Ele lembra que Gilberto Freyre, em sua obra Açúcar, já destacava como os engenhos e famílias tradicionais estavam ligados à doçaria. O bolo, nesse contexto, é mais que alimento: é brasão cultural e social.  

🎂 Pernambuco foi, nos séculos XVII e XVIII, um dos maiores produtores de açúcar do mundo. Esse protagonismo econômico moldou não apenas a sociedade, mas também os sabores que hoje são considerados patrimônio imaterial. O bolo de noiva, sofisticado e elaborado, tornou-se parte essencial dos casamentos, um ritual que não existe sem ele.  

🍮 Há teorias que apontam a origem do bolo de noiva em preparos ingleses, como o pudim natalino. Adaptado ao contexto local, ganhou frutas cristalizadas, ameixas e glacê, tornando-se um ícone da mesa pernambucana. Mais que sobremesa, é memória viva de festas e celebrações.  

👩‍🍳 Para Lody, escrever sobre essas delícias foi também revisitar experiências pessoais. “Antes de escrever, eu já provei muito”, afirma. Ele destaca que a boleira é uma personagem especial, que encarna a doçura de preparar alimentos que adoçam não apenas o paladar, mas também os afetos.  

💍 O bolo de noiva é investimento e símbolo. Elaborado com técnica e dedicação, representa status e tradição. Sua presença nos casamentos pernambucanos é tão marcante que se tornou inseparável da própria ideia de matrimônio.  

🌾 O livro de Cristiane Barros valoriza a trajetória de 22 boleiras e 12 chefs, espalhados por diversas cidades do estado. Entre elas, nomes como Zefinha Ferreira, de Serra Talhada, que há décadas mantém viva a arte de confeitar.  

🎉 A publicação é considerada um registro patrimonial de grande relevância. Ao reunir histórias de vida e receitas, preserva a memória da cultura alimentar e reforça o papel do bolo como emblema da civilização do açúcar.  

🍷 “Viva o livro de Cristiane, viva o bolo de noiva”, celebra Raul Lody, reforçando que este é um marco para a história da gastronomia pernambucana. A obra é também um gesto de reconhecimento às boleiras, guardiãs de um saber que atravessa gerações.