terça-feira, 7 de maio de 2024

Musical Pra Não Dormir viaja pela magia da técnica do teatro de luz negra


Pra Não Dormir, montada pelo Cutia Coletivo, tira do papel uma obra inédita de Pochyua Andrade, autor de livros, peças e canções para a infância. O artista interpreta o personagem Beto, contracenando com a atriz e diretora Viviana Borchardt. O espetáculo, com incentivo do Funcultura para a montagem, será apresentado no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), nos dias 11 e 12 de maio, além de ter quatro apresentações exclusivas para estudantes da rede pública.

O musical para a infância e para toda família é inspirado no Teatro Negro de Praga. Mesmo sendo muito divertido e surpreendente pelas “mágicas” proporcionadas pela técnica de luz negra, o espetáculo toca em temas sensíveis como medo, o bullying e a relação das crianças com a morte.

O espetáculo se passa num quarto de apartamento, onde o menino Beto, de 10 anos, tenta a todo custo fugir do sono sem fazer barulho para não chamar a atenção de sua mãe. Quem acompanha essa aventura é Rosália, sua amiga imaginária que mora no guarda-roupa e se junta a Beto em peraltices e brincadeiras, dividindo ainda suas fantasias, dilemas pessoais e medos.

Além da magia da luz negra, destacam-se também na montagem o texto e as canções inéditas de Pochyua, que se inspirou nos filhos para a concepção e criação do musical. “ Nossos meninos, que hoje já têm 10 e 12 anos sempre resistiram ao horário de dormir, conversando e inventando brincadeiras e histórias na cama, despertando em mim e em Vívi (a atriz Viviana Borchardt, companheira de Pochyua) o ímpeto de aquietá-los e pedir silêncio e tranqüilidade pra dormir. Porém todo esforço sempre foi ineficaz, eles sempre ganharam o duelo, sempre tiveram essa necessidade de ter o tempo deles para se entregar ao sono, não se deixando levar pelo passar da hora e nem pelo cansaço, tal qual os personagens do musical”, explica o autor.

Reunindo nomes reconhecidos da cena artística pernambucana, a produção tem cenário e figurino de Marcondes Lima, orientação corporal de cena de Mônica Lira, Iluminação de Natalie Revorêdo e vozes de Isadora Melo. As apresentações contam com tradução em libras.
Serviço: O espetáculo será apresentado em quatro sessões gratuitas para alunos de escolas públicas e duas sessões abertas ao público nos dias 11 e 12 de maio às 16h no teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), com ingressos pelo Sympla (R$ 60,00 e 30,00 – meia entrada). A peça tem classificação livre e duração de 1 hora.


Ficha técnica:
Atuação: Pochyua Andrade e Viviana Borchardt
Operadores de elementos cênicos: Barbara Souza e João Fernando Bonfim
Dramaturgia: Pochyua Andrade
Concepção e Direção: Viviana Borchardt
Assistentes de direção: Barbara Souza e João Fernando Bonfim
Arranjos e Direção musical: Pochyua Andrade
Orientação corporal de cena: Mônica Lira
Criação de figurino: Marcondes Lima
Confecção de figurino: Francis Souza
Cenário: Marcondes Lima e Viviana Borchardt
Cenotécnico: Luiz Sekitani
Adereços e elementos de cena: Antônio Olivier, Passarinho, Alcio Lins e Viviana Borchardt
Criação e operação de luz: Natalie Revorêdo
Operação de som: Thiago França
Fotos e Arte designe: Walton Ribeiro
Comunicação: Rafael Dantas
Tradução em libras: Jaqueline Martins
Produção: Cutia Coletivo
Assistente de produção: Janaina Araujo
Participações especiais (cantores gravados): Isadora Melo, Pedro Antônio e José Vinícius

- Cutia Coletivo: Destacando em seus projetos valores que engrandecem a delicadeza e o afeto dentro das relações sociais e humanas, o Cutia (que é o acróstico para Coletivo Universo de Teatro e Intervenção Afetiva) idealizado pelos artistas independentes Viviana Borchardt e Pochyua Andrade, vem produzindo conteúdos autorais para a infância em diferentes linguagens artísticas. Com CDs, livros e audiobooks, shows, peças de teatro, contações de história, vivências e produtos audiovisuais, o Cutia Coletivo aborda em suas obras temas contemporâneos e necessários ao nosso tempo, como a valorização da cultura popular de Pernambuco, nossa relação com o meio ambiente e a busca por uma sociedade mais justa, igualitária e humanizada. Com uma arte capaz de dialogar com crianças e adultos, que estimula o pensamento crítico dos pequenos sem infantilizar seu raciocínio, o coletivo se destaca também por projetos apresentados em escolas e eventos literários.

- Teatro de Luz Negra: Com origem na China e no Japão no século VXIII e disseminado por todo mundo, o teatro de luz negra é caracterizado pelo uso de cenário e elementos de cores neon, imersos na escuridão do palco, iluminados por luz ultravioleta e animados por manipuladores vestidos de preto, que somem no escuro da cena, resultando em uma expressão visual única, repleta beleza e magia. Adaptada pelo ilusionista francês Georges Méliès (um dos precursores do cinema) e pelo ator, diretor e escritor russo Constantin Stanislavski, a técnica que é também conhecida como “caixa preta” tornou-se popular em Praga, na República Tcheca, onde os espetáculos ganharam inovações em suas trilhas sonoras, figurinos, cenários e agregaram ainda expressões de dança moderna.