Recife, PE – Em uma noite marcada por acordes e emoções, a Orquestra Sinfônica do Recife, considerada o conjunto orquestral mais antigo em atividade ininterrupta do país, celebrou seus 95 anos nesta terça-feira (30) com um concerto gratuito e histórico no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no Morro da Conceição. Durante a apresentação, o prefeito do Recife, João Campos, fez um anúncio de grande relevância para a cultura da cidade: a realização de um concurso público para a recomposição do quadro de músicos tanto da Orquestra Sinfônica do Recife quanto da Banda Sinfônica do Recife.
A Orquestra Sinfônica do Recife foi declarada patrimônio cultural imaterial da capital pernambucana em 2018. “O Recife tem a Orquestra Sinfônica mais antiga em atividade contínua do Brasil e, para nós, também a melhor do País. Celebrar seus 95 anos aqui no Morro da Conceição é um gesto simbólico e importante, reforçando que a cultura deve estar presente em todos os cantos da cidade, não só no Teatro de Santa Isabel, mas também em espaços populares e afetivos como este. E, nesse aniversário, quem ganha o presente é a própria Orquestra. Depois de muito trabalho da nossa equipe, vamos lançar, ainda neste semestre, um concurso público para recompor os quadros da Orquestra e da Banda Sinfônica. Essa é uma conquista que garante a continuidade dessa história e valoriza quem faz a música do Recife todos os dias”, afirmou o prefeito João Campos.
O edital para a seleção, que assegura novos investimentos e confirma o Recife como uma das poucas cidades brasileiras a manter em atividade, por décadas, tanto uma Banda quanto uma Orquestra Sinfônica com recursos públicos, deverá ser lançado ainda neste segundo semestre. Este pleito dos próprios músicos visa garantir a renovação de talentos e favorecer a dedicação exclusiva dos instrumentistas, mantendo o alto gabarito de dois dos mais celebrados conjuntos sinfônicos públicos do país. Além disso, o concurso permitirá o investimento planejado do poder público municipal, promovendo a preservação e a transmissão dos legados sinfônicos na cidade, reconhecida como criativa e musical pela UNESCO.
“O último concurso para servidores efetivos das sinfônicas foi realizado há mais de 20 anos. É uma grande conquista para a cidade, que tem tanta tradição musical. A Orquestra e a Banda cumprem um papel muito importante, tanto do ponto de vista da formação de públicos para a música erudita quanto na confirmação do Recife como um importante e tradicional mercado formador de talentos musicais”, celebrou a secretária de Cultura do Recife, Milu Megale.
Marcelo Canuto, presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, complementou: “Este concurso é a garantia de valorização da nossa Orquestra e da nossa Banda, patrimônios tão afetivos da cidade, que confirmam o compromisso da gestão com a música, com a cultura e com o futuro. Estamos assegurando que o Recife siga gestando talentos e públicos, para consolidar a qualidade, a profusão e a celebração musical como marcas registradas da nossa cultura. Nossa música é nossa identidade.”
Sobre a Orquestra Sinfônica do Recife
Atualmente composta por cerca de 80 músicos, a Orquestra Sinfônica do Recife foi fundada em 30 de julho de 1930 por Walter Cox, pelo compositor Ernani Braga e por Vicente Fittipaldi, seu primeiro maestro, que a regeu até 1961. Inicialmente chamada Orquestra Sinfônica de Concertos Populares, vinculou-se à gestão municipal em 1949, adotando o nome atual. Ao longo de sua história, teve regentes notáveis como Mário Câncio, Eleazar de Carvalho, Carlos Veiga e Osman Giuseppe Gioia. Em 2018, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da capital pernambucana. Nos últimos cinco anos, a Orquestra tem experimentado importantes avanços, incluindo a chegada de novos maestros (Lanfranco Marcelletti Jr. e José Renato Accioly), a oferta de três a quatro concertos mensais e a venda de ingressos online.
Sobre a Banda Sinfônica do Recife
Fundada em 7 de outubro de 1958, a Banda Sinfônica do Recife realizou sua primeira apresentação em 24 de dezembro do mesmo ano, no Sítio Trindade. Em quase sete décadas de atividades, foi regida por grandes nomes como Geraldo Menucci (o primeiro), Lourival Oliveira, Ademir Araújo e Maestro Duda. Desde 2002, está sob a regência do maestro Nenéu Liberalquino.
Fotos: Edson Holanda/Prefeitura do Recife