Nara Leão (1942-1989) é um nome incontornável para se entender a música, a cultura e a sociedade brasileira dos anos 60, 70 e 80. Suas atitudes pioneiras e revolucionárias se refletem em um repertório absolutamente singular e marcam uma trajetória que reverbera mesmo após três décadas e meia de sua partida. O espetáculo 'Nara’ é fruto do arrebatamento causado pela cantora em Zeze Polessa, que partilhou o desejo de revivê-la nos palcos tendo ao seu lado, na autoria e direção do espetáculo, o amigo Miguel Falabella, parceiro em uma série de projetos teatrais desde 1979. A montagem e a circulação do projeto contam com o patrocínio exclusivo da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Cultural, viabilizado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura.
A estreia foi no Rio de Janeiro, onde a montagem cumpriu temporada de sucesso no início deste ano. Agora, ‘Nara’ segue turnê por sete capitais, chegando ao Recife para quatro sessões no Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), de 18 a 21 de julho. Os ingressos, a partir de R$ 15, já estão à venda através da plataforma Sympla.
No espetáculo, Nara aparece como se estivesse vindo de algum lugar do futuro – ou do passado – para compartilhar com o público algumas lembranças e reflexões. Através de um grande fluxo de consciência, o texto relembra momentos e canções da cantora sem preocupação com cronologias, datas ou qualquer outra formalidade, bem no estilo Nara, uma intérprete que sempre foi ‘fora da caixa’, quando esta expressão nem era tão usada assim.
Com direção musical de Josimar Carneiro, o espetáculo perpassa os diversos estilos e movimentos dos quais Nara participou. Em constante mutação, ela nunca se deixou rotular ou ficar presa a um determinado gênero: esteve no coração do nascimento da Bossa Nova, flertou com o Tropicalismo, participou dos festivais da canção, protagonizou o lendário show ‘Opinião’, com João do Vale e Zé Ketti (e foi quem escolheu a estreante Maria Bethânia para substituí-la) resgatou antigos compositores, cantou samba-canção, músicas de protesto, rock’n’roll e Jovem Guarda. A liberdade e a inquietação de Nara se refletiam, sem amarras, na sua criação artística.
Zeze Polessa e Miguel Falabella se conheceram em 1979, na icônica montagem de ‘O Despertar da Primavera’, no Parque Lage, de onde despontaram uma série de outros nomes, como Maria Padilha, Daniel Dantas e Rosane Gofman. Desde então, dividiram o palco em espetáculos como ‘Mephisto’ e ‘O Submarino’, também com texto de Miguel. Em 1996, ela estrelou a premiada ‘Florbela Espanca – A Bela do Alentejo’, outro monólogo sobre uma personalidade feminina marcante (a poeta portuguesa Florbela Espanca), com direção dele. A trajetória da dupla se fortaleceu ainda nas novelas ‘Salsa e Merengue’ e ‘A Lua me Disse’, em que Miguel escreveu personagens especialmente para Zeze, além da recente turnê com ‘A Mentira’, em 2019, espetáculo que os reuniu novamente em cena.
NARA com Zeze Polessa
de Miguel Falabella
direção musical, arranjos e produção musical: Josimar Carneiro
direção assistente e direção de movimento: Marina Salomon
cenografia: Dina Salem Levy
desenho de luz: Ricardo Vivian e Sarah Salgado
desenho de som: Arthur Ferreira
figurino: Natalia Duran
visagismo: Marcelo Dias
preparação vocal: Mariana Baltar
operação de luz: Luana Della Crist
operação de som e microfonista: João Gabriel Mattos assistência de cenografia: Alice Cruz
cenotécnico: Rodrigo Shalako
coordenadora de palco: Rahira Coelho
contrarregra: Nivaldo Vieira
camareira: Maninha Xica
assessoria de comunicação nacional: Pedro Neves comunicação digital: Bruna Paulin
concepção visual | projeto gráfico: Gringo Cardia designer gráfico: Matheus Meira
SERVIÇO
‘Nara’
Dia 18 de julho (quinta), às 20h
Dia 19 de julho (sexta), às 20h
Dia 20 de julho (sábado), às 20h
Dia 21 de julho (domingo), às 19h
Teatro Luiz Mendonça – Parque Dona Lindu:
Av. Boa Viagem, s/n -Boa Viagem, Recife
Informações: (81) 3355.9821
Ingressos: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Ingresso popular [20% dos bilhetes]: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Vendas: www.sympla.com.br
Classificação etária: livre
Duração: 80 minutos
Bate-papo com o público: 19 de julho, após a sessão Sessões com intérprete de libras: 20 e 21 de julho