quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Relação entre suicídio e pandemia é tema das discussões do Setembro Amarelo

O movimento Setembro Amarelo, de conscientização sobre a prevenção do suicídio, ganhou, este ano, mais força para ser lembrado. Por causa da pandemia de covid-19, quando muita gente precisou ficar em isolamento social, cresceu a necessidade da atenção à saúde mental das pessoas. A relação entre a violência autoprovocada e a pandemia será um dos assuntos discutidos dentro da programação realizada pela Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife em alusão ao Setembro Amarelo.

Entre os anos de 2010 e 2019, foram registrados 5.786 casos de violências autoprovocadas no Recife – automutilações, suicídio e tentativa de suicídio. A maior parte (72%) foi cometida por mulheres, 29% por pessoas de 20 a 29 anos e 54% por pessoas da cor parda. Cerca de 80% das ocorrências foram nas residências.

No mesmo período, foram registrados 579 casos de óbitos por suicídio em residentes do Recife, o que dá uma média de 58 óbitos por ano. A maioria das pessoas era do sexo masculino (quase 70%), sendo a faixa etária de 20 a 29 anos a mais acometida (cerca de 20%). Grande parte (66%) das vítimas eram da cor parda, e 18% eram aposentados/pensionistas, quase 12% eram representantes comerciais e 11% estudantes.

Programação - Na próxima quarta-feira (9), a Secretaria de Saúde do Recife fará uma discussão online sobre ações integradas de cuidado com a vida em situações de tentativa de suicídio, na qual profissionais de várias áreas abordarão as estratégias para redução do índice de suicídio. A live da Gerência de Saúde Mental do Recife será às 14h, pela plataforma Meet. Já no dia 7 de outubro, quando acontecerá outra live, às 14h, os convidados discutirão “posvenção”, que são intervenções desenvolvidas com sobreviventes de um suicídio.

Os Fóruns Distritais de Saúde Mental também realizarão debates relacionados ao Setembro Amarelo. Eles acontecerão nos próximos dias 14, 15 e 21 deste mês, voltados para gestores e profissionais da Rede de Atenção Psicossocial, também através da plataforma Meet.

Teleacolhimento – Uma das estratégias da Secretaria de Saúde para oferecer apoio emocional para as pessoas que estão atravessando momentos de angústia e tristeza por causa da pandemia foi disponibilizar um canal de teleacolhimento. Desde maio, mais de 2.300 pessoas já utilizaram o serviço que pode ser acessado através do aplicativo ou site do Atende em Casa (www.atendeemcasa.pe.gov.br).

A escuta qualificada é feita por psicólogos, assistentes sociais, psiquiatras, terapeutas ocupacionais e também por profissionais das Práticas Integrativas, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O teleacolhimento foi procurado, sobretudo, por mulheres de 40 a 69 anos, com demandas de ansiedade, medo e angústia gerados pelo medo da doença e pelo isolamento/distanciamento social.

CAPS – Durante a pandemia, a assistência à saúde mental continuou sendo oferecida nos 17 Centros de Atenção Psicossocial (Caps) da Prefeitura do Recife, mas os equipamentos tiveram de readequar o funcionamento para poder manter o apoio psicossocial e/ou de tratamento para transtornos decorrentes de sofrimento psíquico ou do consumo abusivo de álcool e outras drogas. As atividades em grupo, por exemplo, tiveram de ser suspensas. Os serviços de dispensação de medicamentos, assim como a assistência a pacientes em crise, não foram afetados.



A Coordenação de Saúde Mental está evitando as consultas presenciais e passou a fazer o acompanhamento dos usuários através de teleatendimento, por telefone. Em casos que requeiram uma maior atenção, é possível fazer um agendamento de consulta presencial para que seja feita uma avaliação mais completa, inclusive com médico psiquiatra, se necessário. Os dias e horários de atendimentos, além dos telefones dos Caps, estão disponíveis no site da Prefeitura do Recife (www.recife.pe.gov.br).




Imprensa Recife