sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

❤️ Pastoril do Velho Mingonga: Tradição, Resistência e Inclusão 💙



🎭 O Pastoril do Velho Mingonga chega à Praça do Líbano, no bairro do Pina, como um espetáculo que ultrapassa os limites da folclore e se afirma como um ato de resistência cultural e social. Liderado por Marcos Brandão, o Velho Mingonga, o grupo resgata a tradição do pastoril profano e a atualiza com temas contemporâneos, sem perder o humor e a irreverência que marcam sua essência.  

📜 A origem do pastoril popular remonta ao século XIX, quando mulheres marginalizadas foram proibidas de participar dos pastoris religiosos em frente às igrejas. Excluídas, elas se uniram a palhaços de circo e criaram uma versão própria da festa, marcada pela picardia e improviso. Essa tradição se mantém viva até hoje, reinventada por coletivos que preservam a figura do “Velho”, personagem central da narrativa.  

👴 O Coletivo de Velhos, liderado por Carlos Amorim, surgiu para evitar a extinção dessa figura emblemática. Atualmente, nove “Velhos” estão em atividade, entre eles o icônico Velho Xaveco, de 89 anos, e o irreverente Velho Mangaba. O grupo reafirma a importância de manter viva a memória cultural, ao mesmo tempo em que dialoga com os desafios da modernidade.  

🛡️ Um dos dilemas enfrentados pelo espetáculo é equilibrar a tradição da picardia com o respeito aos direitos humanos e ao politicamente correto. A proposta é preservar o humor sem recorrer a ofensas, mantendo o caráter contestador do Velho, que sempre se posicionou como uma voz contra instituições rígidas e conservadoras.  

🏳️‍🌈 A inclusão também marca o Pastoril do Velho Mingonga. Um dos momentos mais emocionantes é a transformação de João da Bronca, segurança durão, na personagem Diana, interpretada por Pedro Dias. A cena revela o sonho de infância de ser pastora e é recebida com alegria pelo grupo e pelo público, reforçando a mensagem de acolhimento e diversidade.  

🙌 A interatividade é outro destaque do espetáculo. O Velho Mingonga convida senhoras da plateia, com mais de 50 anos, a se tornarem pastoras por um dia. Elas recebem faixas e coroas, participando ativamente da cena e reforçando o caráter comunitário e festivo da apresentação.  

🌹 O encerramento é marcado por um momento de profunda reflexão. O grupo homenageia mulheres vítimas de feminicídio com a canção “Cala a boca, menino”, de Capiba, composta em 1966. A letra, que afirma que “em mulher não se bate nem com uma flor”, é recitada como manifesto contra a violência de gênero.  

✊ Mais do que um espetáculo, o Pastoril do Velho Mingonga se torna um espaço de ativismo cultural. Ao transformar a dor em arte, o grupo sensibiliza homens da plateia e honra a memória das vítimas, reafirmando o papel da cultura como instrumento de resistência e transformação social.  

🎶 A direção musical é assinada pelo Maestro Lêla, que conduz os teclados e dá ritmo às apresentações. No elenco, Flávia Moura interpreta a Pastora Cremilda, Rosa Fernandes dá vida à Pastora Cremosinha e Pedro Dias brilha como João da Bronca e Diana.  

📋 O espetáculo acontece neste domingo, às 16h30, na Praça do Líbano, antigo Clube do Líbano, no Pina. A entrada é gratuita, reforçando o compromisso do grupo com a democratização da cultura e o acesso de todos a uma tradição que se renova sem perder sua força contestadora.