O cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho conquistou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes pelo filme O Agente Secreto, consolidando sua posição como um dos grandes nomes do cinema brasileiro contemporâneo. O longa, estrelado por Wagner Moura, já havia sido ovacionado com 13 minutos de aplausos e recebeu outros prêmios, como o Fipresci Prize e o Prix des Cinémas Art et Essai.
Antes de se tornar um dos cineastas mais respeitados do país, Kleber Mendonça Filho iniciou sua trajetória como jornalista e crítico de cinema. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ele escreveu para veículos como Jornal do Commercio, Folha de S.Paulo e revistas especializadas, além de atuar como curador de cinema na Fundação Joaquim Nabuco.
Nos anos 2000, começou a dirigir curtas-metragens premiados, como Vinil Verde (2004) e Recife Frio (2009), que lhe renderam reconhecimento nacional e internacional. Em 2012, lançou seu primeiro longa de ficção, O Som ao Redor, que foi escolhido para representar o Brasil no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, segundo a Abraccine.
O sucesso se consolidou com Aquarius (2016), estrelado por Sônia Braga, que foi exibido em Cannes e distribuído em mais de 100 países. Em 2019, Kleber co-dirigiu Bacurau, ao lado de Juliano Dornelles, misturando ficção científica e faroeste para retratar resistência social no sertão. O filme venceu o Prêmio do Júri em Cannes, tornando-se um marco do cinema político brasileiro.
Em 2023, lançou o documentário Retratos Fantasmas, uma homenagem aos antigos cinemas do Recife, e agora retorna ao festival francês com O Agente Secreto, reafirmando sua relevância no cenário internacional.
Com mais um prêmio em Cannes, Kleber Mendonça Filho segue elevando o cinema brasileiro e mostrando que sua trajetória, iniciada como crítico, se transformou em uma das mais influentes do audiovisual nacional.