sábado, 14 de dezembro de 2019

Janeiro de Grandes Espetáculos

O espetáculo não pode parar. E é no Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival de Artes Cênicas e Música de Pernambuco que a efervescente produção artística local se destaca. Em 2020, celebrando sua 26ª edição, o evento se mostra gigante: das 92 montagens que estão na grade, 80 são do Estado. Serão mais de cem sessões em cartaz. Teatro (adulto e para infância e juventude) é o carro-chefe, respondendo por 65% da programação. Música atende por 23%, e dança representa 12%. O JGE, uma realização da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), vai de 8 de janeiro a 3 de fevereiro, com ingressos entre R$ 10 e R$ 60 – algumas atrações têm entrada franca.

Nove teatros da capital vão virar palco para o maior festival de artes cênicas do Estado: Santa Isabel, Apolo, Arraial, Barreto Júnior, Boa Vista, Hermilo Borba Filho, Luiz Mendonça e Marco Camarotti. Algumas montagens serão apresentadas nos espaços alternativos Casa Maravilhas, Sesc Casa Amarela e Espaço Fiandeiros, este recebendo ainda ações formativas, como leitura dramatizada, curso e lançamento de vídeo. Além da capital, seis cidades integram o Janeiro, em parceria com o Sesc: os municípios de Caruaru (Teatro Rui Limeira Rosal), Garanhuns (Teatro Reinaldo de Oliveira), Goiana (Igreja Matriz de Nossa Sra. do Rosário) e Jaboatão dos Guararapes (Teatro Samuel Campelo). Camaragibe (Casarão de Maria Amazonas) e Serra Talhada (Espaço Cabras de Lampião) também abrem as cortinas para o JGE. 

Ultrapassando as divisas do Estado, dez companhias/artistas da Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul foram escaladas. De Portugal e Eslováquia, virão três espetáculos.

Cinco serão os homenageados da 26ª edição. Na categoria Teatro, o ator e diretor Zé Manoel. No quesito Técnico, que retorna, será reverenciado Joca, há mais de 40 anos trabalhando no Teatro de Santa Isabel. O maestro Edson Rodrigues, Mestre-Vivo do Frevo, é o homenageado na categoria Música; a bailarina e coreógrafa Cecília Brennand, em Dança; e a Família Marinho, em Poesia.

NOVIDADES – Pela primeira vez, abriu-se um edital para formar uma comissão de avaliação dos espetáculos de teatro e dança de Pernambuco. A curadoria deixou de ser feita exclusivamente pela Apacepe e foi compartilhada com o grupo formado pela produtora Danielle Valentim, atriz e arte-educadora Milena Marques, estudante de Licenciatura em Teatro Natália Gomes e pelos jornalistas Renato Contente e Talles Colatino. Também pela primeira vez, um conselho consultivo foi criado. André Filho (ator e diretor), Fátima Aguiar (atriz e produtora), Paulo de Pontes (ator) e Toni Rodrigues (produtor e diretor) juntaram-se ao presidente da Associação, Paulo de Castro, para debater temas estratégicos do JGE ao longo dos últimos meses.

Tem mais novidades: em 2020, o festival volta a premiar os melhores espetáculos pernambucanos que estiveram em cena. Após um hiato de dois anos, a premiação ganha nome e sobrenome: Prêmio Copergás de Teatro, Dança e Música de Pernambuco.

OS ESPETÁCULOS – O Janeiro dá oportunidade ao público de assistir a estreias e montagens de sucesso. Entre as obras que serão encenadas pela primeira vez, estão “Plano Sem Regras” (Gota Serena Produções) e “Deusas da Noite” (Real Cia de Teatro). “As Bruxas de Salém” (Célula de Teatro), que estreou este ano e fez excelente temporada, e “Auto da Compadecida” (Cênicas Cia de Repertório) são destaques ao lado do projeto Trilogia Vermelha, do Coletivo Grão Comum, que mostra “h(EU)stória – O Tempo em Transe”, sobre Glauber Rocha, “pa(IDEIA) – Pedagogia da Libertação”, sobre Paulo Freire, e “Pro(FÉ)ta – O Bispo do Povo”, sobre Dom Helder Câmara.  De Portugal, desembarcam “A Estrada”, monólogo com a atriz Elsa Pinho, e “Beatriz e o Peixe-Palhaço”, uma reflexão acerca de relações sociais. 

Para a criançada, serão 11 atrações, entre clássicos – “Os Três Porquinhos”, “Chapeuzinho Vermelho” e “A Pequena Sereia” – e produções locais (entre elas “Haru – A Primavera do Aprendiz”, com Rapha Santacruz, “Canções, Cancionetas e Caçarolas”, da Cia 2 Em Cena, “A Batalha da Vírgula contra o Ponto Final”, da Cia Omoiós de Teatro, “O Segredo da Arca de Trancoso”, do Cênicas Cia de Repertório).


A música vem ganhando cada vez mais espaço, com importantes estreias, como o show dos pernambucanos Almério e Martins, e homenagens, a exemplo do lançamento do CD “Natureza Sonhadora”, tributo ao forrozeiro Accioly Neto. De fora do Estado, estarão cá a baiana Belô Velloso, o trio As Bahias e a Cozinha Mineira (SP) após apresentação no Rock In Rio, e Edu Falashi, que virá com show acústico, revivendo a época em que integrou a banda de metal Angra. Tem ainda “Violões”, um show de cordas com músicos da Eslováquia mais os pernambucanos Betto do Bandolim, Walmir Chagas e Racine Cerqueira. 


Dez montagens de dança compõem a grade, entre elas “Banquete de Amor e Falta” (Acupe Produções de Artes) e “Magna” (Cia Mestiça”), que retorna ao palco do festival.

O Janeiro de Grandes Espetáculos tem patrocínio da Prefeitura do Recife e incentivo do Funcultura (Governo de Pernambuco), com apoio da TV Globo, TV e Rádio Universitária, Cepe e Sated.