Após aval do Parlamento, o governo da Escócia pediu na última sexta-feira (31/03) oficialmente ao Executivo britânico a permissão para realizar um segundo referendo sobre sua separação do Reino Unido.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon (foto) enviou uma carta a Downing Street, residência e escritório oficial da líder britânica, Theresa May. No documento, Sturgeon reivindica uma nova consulta popular argumentando que os escoceses não votaram a favor do Brexit – saída do Reino Unido da União Europeia – e têm que ter o "direito de escolher o próprio futuro".
No referendo em que foi aprovado o Brexit, em junho do ano passado, 62% dos eleitores da Escócia votaram pela permanência na UE. A Irlanda do Norte também optou por ficar no bloco, enquanto Inglaterra e País de Gales votaram pelo Brexit.
Nesta terça-feira, o Parlamento escocês aprovou por 69 votos a favor e 59 contra a proposta de Sturgeon de realizar um novo referendo sobre a independência da Escócia. O plano é realizar o pleito entre o segundo semestre de 2018 e o primeiro de 2019, assim que as condições do Brexit forem conhecidas, mas antes de entrarem em vigor.
Logo após o Legislativo escocês dar luz verde à iniciativa, o governo britânico afirmou que não negociaria a proposta. A aprovação de Londres é necessária para que a consulta possa ser realizada.
May já afirmou que este não seria o melhor momento para outro referendo, tendo em vista que o Reino Unido acaba de dar início aos complexos dois anos de negociações de divórcio entre o país e seus 27 parceiros da UE.
"Neste momento, todo o nosso foco deve estar nas negociações com a União Europeia, garantindo que obtenhamos o acordo adequado para todo o Reino Unido", disse um porta-voz da premiê britânica.
Num referendo sobre a independência em 2014, 55% dos escoceses optaram por permanecer no Reino Unido. Porém, a primeira-ministra argumenta que as circunstâncias mudaram com o Brexit e que os escoceses não podem ser obrigados a deixar a UE contra a sua vontade.
Opera Mundi