O uso de trends virais como ferramenta de comunicação tem se consolidado como uma estratégia eficaz para empresas que buscam ampliar sua presença nas redes sociais. A professora Simone Freitas, doutora em comunicação e docente dos cursos de Economia Criativa da Wyden, destaca que, quando alinhadas ao propósito da marca, essas tendências podem gerar resultados expressivos sem depender exclusivamente de mídia paga.
“As trends dão visibilidade rápida e aproximam o público, especialmente quando há uso de humor e autenticidade”, afirma Simone. Ela ressalta que a participação de colaboradores em vídeos e desafios reforça a confiança do consumidor, ao mostrar que há pessoas reais por trás da marca.
O impacto já é mensurável. No Brasil, o TikTok Shop registrou crescimento de 4.500% em vendas em apenas quatro meses, saltando de US$ 1 milhão para mais de US$ 46 milhões. Além disso, 69% dos brasileiros já compraram produtos recomendados por influenciadores, segundo pesquisas recentes.
Casos como o hidratante labial Carmed, que viralizou na hashtag #TikTokMadeMeBuyIt, e o produto de limpeza “Pink Stuff”, que ganhou destaque em vídeos curtos, ilustram como conteúdos virais influenciam diretamente o comportamento de consumo.
Apesar dos benefícios, Simone alerta para os riscos de aderir a trends sem planejamento. “Nem toda tendência combina com a identidade da marca. Se a empresa entra apenas para seguir o hype, pode parecer forçado e incoerente”, explica. Ela também chama atenção para o uso responsável de colaboradores, evitando situações desconfortáveis que possam gerar crises de imagem.
Outro ponto crítico é a efemeridade das trends. “Elas devem ser usadas como tempero, não como prato principal da estratégia de marketing”, complementa.
O mercado confirma o potencial: o marketing digital brasileiro cresceu 30% em 12 meses, segundo levantamento da FGV com a Hotmart. Globalmente, as vendas via redes sociais devem alcançar US$ 8,5 trilhões até 2030, de acordo com relatório da DHL.
Para Simone, o segredo está em alinhar modismo e propósito. “Antes de aderir, é preciso refletir: isso representa minha marca e respeita meus valores? Se sim, vale apostar. Se não, é melhor adaptar ou esperar a próxima trend.”