A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, atingindo o menor patamar desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. Segundo dados divulgados pelo IBGE, o número de pessoas desocupadas caiu para 6,11 milhões — nível não registrado desde o fim de 2013.
Em comparação com o trimestre anterior, a queda representa 1 milhão de pessoas a menos em busca de trabalho. Frente ao mesmo período de 2024, são 1,2 milhão a menos. A população ocupada também bateu recorde, chegando a 102,4 milhões de brasileiros. O número de empregados com carteira assinada no setor privado alcançou 39,1 milhões, o maior já registrado.
Entre os setores que mais contribuíram para a geração de empregos estão administração pública, saúde, educação e serviços sociais, com 522 mil novas vagas, além de áreas como informação, comunicação, finanças e administração, que somaram 260 mil postos.
Apesar dos avanços, a informalidade ainda representa 37,8% da população ocupada, com 38,8 milhões de trabalhadores. O trabalho por conta própria também atingiu recorde, com 25,9 milhões de pessoas.
Outro indicador positivo foi a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que caiu para 14,1%, também o menor nível da série. A massa de rendimentos dos trabalhadores chegou a R$ 352,3 bilhões, com alta de 6,4% em relação ao mesmo período de 2024. Já o rendimento médio real habitual subiu 3,8% em um ano, atingindo R$ 3.484.
Para o economista e professor da Wyden, Filipe Braga, os números mostram a força do mercado de trabalho mesmo diante de juros elevados. “Esse resultado é muito bom para a economia, pois mostra que o mercado está aquecido, apesar da taxa de juros bastante elevada”, avalia.
Braga também destaca o aumento da formalização e da renda como sinais de recuperação e fortalecimento do poder de compra. “Ainda assim, a informalidade segue como um desafio que precisa ser enfrentado com políticas públicas que sustentem esse crescimento no longo prazo”, conclui.