O Brasil atingiu um marco histórico na saúde pública ao reduzir a transmissão vertical do HIV a menos de 2%, consolidando-se como candidato à certificação internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Caso seja reconhecido, o país se tornará a maior nação do mundo a eliminar a transmissão do vírus de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.
A conquista é resultado de políticas públicas eficazes, incluindo expansão da testagem de HIV em gestantes, tratamento adequado para aquelas que vivem com o vírus e a distribuição gratuita da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que já conta com mais de 184 mil usuários em 2025. Além disso, a ampliação dos testes rápidos duo HIV e sífilis tem garantido diagnóstico precoce e início imediato do tratamento, reduzindo ainda mais os índices de transmissão.
O relatório oficial foi entregue pelo Ministério da Saúde durante o XV Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, realizado no Rio de Janeiro. O representante da Opas no Brasil, Cristian Morales, destacou que essa conquista representa uma grande vitória para as mulheres que desejam ser mães sem o risco de transmissão do HIV aos seus filhos. Morales reforçou, no entanto, a necessidade de financiamento constante para que o avanço seja sustentável a longo prazo.
Atualmente, 19 países já receberam a certificação da Opas/OMS pela eliminação da transmissão vertical do HIV. Com os novos dados positivos, o Brasil aguarda a oficialização desse reconhecimento, reforçando sua posição como referência global no combate ao HIV e na defesa da saúde materno-infantil.