Pra Não Dormir, montada pelo Cutia Coletivo, tira do papel uma obra inédita de Pochyua Andrade, autor de livros, peças e canções para a infância. O artista interpreta o personagem Beto, contracenando com a atriz e diretora Viviana Borchardt. O espetáculo, com incentivo do Funcultura para a montagem, será apresentado no Teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), nos dias 11 e 12 de maio, além de ter quatro apresentações exclusivas para estudantes da rede pública.
O musical para a infância e para toda família é inspirado no Teatro Negro de Praga. Mesmo sendo muito divertido e surpreendente pelas “mágicas” proporcionadas pela técnica de luz negra, o espetáculo toca em temas sensíveis como medo, o bullying e a relação das crianças com a morte.
O espetáculo se passa num quarto de apartamento, onde o menino Beto, de 10 anos, tenta a todo custo fugir do sono sem fazer barulho para não chamar a atenção de sua mãe. Quem acompanha essa aventura é Rosália, sua amiga imaginária que mora no guarda-roupa e se junta a Beto em peraltices e brincadeiras, dividindo ainda suas fantasias, dilemas pessoais e medos.
Além da magia da luz negra, destacam-se também na montagem o texto e as canções inéditas de Pochyua, que se inspirou nos filhos para a concepção e criação do musical. “ Nossos meninos, que hoje já têm 10 e 12 anos sempre resistiram ao horário de dormir, conversando e inventando brincadeiras e histórias na cama, despertando em mim e em Vívi (a atriz Viviana Borchardt, companheira de Pochyua) o ímpeto de aquietá-los e pedir silêncio e tranqüilidade pra dormir. Porém todo esforço sempre foi ineficaz, eles sempre ganharam o duelo, sempre tiveram essa necessidade de ter o tempo deles para se entregar ao sono, não se deixando levar pelo passar da hora e nem pelo cansaço, tal qual os personagens do musical”, explica o autor.
Reunindo nomes reconhecidos da cena artística pernambucana, a produção tem cenário e figurino de Marcondes Lima, orientação corporal de cena de Mônica Lira, Iluminação de Natalie Revorêdo e vozes de Isadora Melo. As apresentações contam com tradução em libras.
Serviço: O espetáculo será apresentado em quatro sessões gratuitas para alunos de escolas públicas e duas sessões abertas ao público nos dias 11 e 12 de maio às 16h no teatro Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), com ingressos pelo Sympla (R$ 60,00 e 30,00 – meia entrada). A peça tem classificação livre e duração de 1 hora.
Ficha técnica:
Atuação: Pochyua Andrade e Viviana Borchardt
Operadores de elementos cênicos: Barbara Souza e João Fernando Bonfim
Dramaturgia: Pochyua Andrade
Concepção e Direção: Viviana Borchardt
Assistentes de direção: Barbara Souza e João Fernando Bonfim
Arranjos e Direção musical: Pochyua Andrade
Orientação corporal de cena: Mônica Lira
Criação de figurino: Marcondes Lima
Confecção de figurino: Francis Souza
Cenário: Marcondes Lima e Viviana Borchardt
Cenotécnico: Luiz Sekitani
Adereços e elementos de cena: Antônio Olivier, Passarinho, Alcio Lins e Viviana Borchardt
Criação e operação de luz: Natalie Revorêdo
Operação de som: Thiago França
Fotos e Arte designe: Walton Ribeiro
Comunicação: Rafael Dantas
Tradução em libras: Jaqueline Martins
Produção: Cutia Coletivo
Assistente de produção: Janaina Araujo
Participações especiais (cantores gravados): Isadora Melo, Pedro Antônio e José Vinícius
- Cutia Coletivo: Destacando em seus projetos valores que engrandecem a delicadeza e o afeto dentro das relações sociais e humanas, o Cutia (que é o acróstico para Coletivo Universo de Teatro e Intervenção Afetiva) idealizado pelos artistas independentes Viviana Borchardt e Pochyua Andrade, vem produzindo conteúdos autorais para a infância em diferentes linguagens artísticas. Com CDs, livros e audiobooks, shows, peças de teatro, contações de história, vivências e produtos audiovisuais, o Cutia Coletivo aborda em suas obras temas contemporâneos e necessários ao nosso tempo, como a valorização da cultura popular de Pernambuco, nossa relação com o meio ambiente e a busca por uma sociedade mais justa, igualitária e humanizada. Com uma arte capaz de dialogar com crianças e adultos, que estimula o pensamento crítico dos pequenos sem infantilizar seu raciocínio, o coletivo se destaca também por projetos apresentados em escolas e eventos literários.
- Teatro de Luz Negra: Com origem na China e no Japão no século VXIII e disseminado por todo mundo, o teatro de luz negra é caracterizado pelo uso de cenário e elementos de cores neon, imersos na escuridão do palco, iluminados por luz ultravioleta e animados por manipuladores vestidos de preto, que somem no escuro da cena, resultando em uma expressão visual única, repleta beleza e magia. Adaptada pelo ilusionista francês Georges Méliès (um dos precursores do cinema) e pelo ator, diretor e escritor russo Constantin Stanislavski, a técnica que é também conhecida como “caixa preta” tornou-se popular em Praga, na República Tcheca, onde os espetáculos ganharam inovações em suas trilhas sonoras, figurinos, cenários e agregaram ainda expressões de dança moderna.