domingo, 26 de outubro de 2025

#SendoProsperidade com Mariângela Borba


 

Além das telas: A Crise da Saúde Mental da Geração Z no Brasil

*Por Mariângela Borba

Olá você leitor do #SendoProsperidade,  tudo bem? Você sabia que aqui no Brasil sempre comemoramos o Dia Nacional da Juventude no último domingo de outubro? A data busca promover a fé, a amizade e a participação ativa da juventude na sociedade.

E por falar nisso,  vamos abordar nesta semana por aqui o enquadramento dos jovens no Relatório Mundial da Felicidade (https://www.worldhappiness.report/ed/2025/) que destacou um foco considerável de preocupações significativas sobre jovens adultos, devido a tendências preocupantes de bem-estar, relacionando-o a um contexto social e político mais amplo, especialmente quando o apoio social está em declínio.

Os resultados mostram uma inversão histórica no bem-estar: os jovens adultos (Geração Z) estão agora entre os grupos de bem-estar mais baixos desde 2017. A pesquisa liga isso diretamente à erosão das conexões sociais (com 19% relatando não ter ninguém em quem confiar em 2023).

Embora o relatório se concentre primariamente no apoio social,  em saúde mental e generosidade como amortecedores de estresse,  a análise de especialistas sugere que a crescente desigualdade na felicidade (que aumentou 25% nos países em duas décadas) está ligada a fatores estruturais. A percepção de injustiça ou desigualdade nas leis, por exemplo,  especialmente no contexto político, pode ser um fator contribuinte. Segundo a psicóloga Aline Paixão,  “estamos diante de uma geração que chega à vida adulta com déficit emocionais e psicológicos”. Ainda de acordo com a psicóloga,  um outro fator preocupante é a falta de conexões reais e o excesso de uso de telas e redes sociais, fatores estes que têm ampliado sentimentos de solidão e ansiedade.  No Brasil,  a taxa de depressão nessa faixa etária cresceu 152% nos últimos anos,  segundo o IBGE. Para a psicóloga, causas estruturais importantes são:

·         Incerteza sobre o futuro e a insegurança: a instabilidade econômica,  a insegurança alimentar e a violência doméstica geram grande ansiedade nos jovens;

·         Pressões escolares: a pressão por bom desempenho e as desigualdades sociais no ambiente escolar contribuem para o estresse e a baixa autoestima.

·         Discriminação: o racismo,  o preconceito, incluindo a LGBTfobia e o sexismo são fontes significativas de sofrimento e impactam a saúde mental dos jovens.

·         Tempo excessivo de tela: o uso excessivo de redes sociais e até exposição ao cyberbullying podem levar ao isolamento social e a problemas de autoimagem.

Contudo,  vemos que há uma necessidade de maior colaboração intersetorial (saúde,  educação e assistência social) e a importância do aprimoramento do financiamento das ações de saúde mental juvenil no Brasil (https://www.scielo.br/j/physis/a/8pjwNXdHx7sn3Hh6bbGVWsK/).  Embora haja um reconhecimento governamental da influência dos fatores sociais, econômicos e ambientais na saúde mental,  a eficácia de políticas, dependendo da sua correta aplicação e do fortalecimento das redes de apoio existentes.

 *Mariângela Borba é comunicadora multifacetada, jornalista diplomada, revisora credenciada, uma social media expert se aventurando pelos estudos da psicanálise. Produtora Cultural com presença nos Conselhos municipais e nacionais de cultura, além de expertise em Cultura Pernambucana. Teve passagem pela secretaria Executiva do MinC, Regional Nordeste, e também Secretaria de Imprensa de Paulista (PE), além de ter circulação pelas conceituadas editorias de jornais e rádios de Pernambuco. Premiada e com produção bibliográfica na área de cultura. Membro da AIP, com um com um bisavô fundador que também era jornalista.