Além das telas: A Crise da Saúde Mental da Geração Z no
Brasil
*Por Mariângela
Borba
Olá você leitor do #SendoProsperidade, tudo bem? Você sabia que aqui no Brasil
sempre comemoramos o Dia Nacional da Juventude no último domingo de outubro? A data
busca promover a fé, a amizade e a participação ativa da juventude na sociedade.
E por falar nisso, vamos
abordar nesta semana por aqui o enquadramento dos jovens no Relatório Mundial
da Felicidade (https://www.worldhappiness.report/ed/2025/)
que destacou um foco considerável de preocupações significativas sobre jovens adultos,
devido a tendências preocupantes de bem-estar, relacionando-o a um contexto
social e político mais amplo, especialmente quando o apoio social está em
declínio.
Os resultados mostram uma inversão histórica no bem-estar: os
jovens adultos (Geração Z) estão agora entre os grupos de bem-estar mais baixos
desde 2017. A pesquisa liga isso diretamente à erosão das conexões sociais (com
19% relatando não ter ninguém em quem confiar em 2023).
Embora o relatório se concentre primariamente no apoio
social, em saúde mental e generosidade
como amortecedores de estresse, a
análise de especialistas sugere que a crescente desigualdade na felicidade (que
aumentou 25% nos países em duas décadas) está ligada a fatores estruturais. A
percepção de injustiça ou desigualdade nas leis, por exemplo, especialmente no contexto político, pode ser
um fator contribuinte. Segundo a psicóloga Aline Paixão, “estamos diante de uma geração que chega à
vida adulta com déficit emocionais e psicológicos”. Ainda de acordo com a
psicóloga, um outro fator preocupante é
a falta de conexões reais e o excesso de uso de telas e redes sociais, fatores
estes que têm ampliado sentimentos de solidão e ansiedade. No Brasil,
a taxa de depressão nessa faixa etária cresceu 152% nos últimos anos, segundo o IBGE. Para a psicóloga, causas
estruturais importantes são:
·
Incerteza sobre o futuro e a insegurança:
a instabilidade econômica, a insegurança
alimentar e a violência doméstica geram grande ansiedade nos jovens;
·
Pressões escolares: a pressão por bom
desempenho e as desigualdades sociais no ambiente escolar contribuem para o
estresse e a baixa autoestima.
·
Discriminação: o racismo, o preconceito, incluindo a LGBTfobia e o
sexismo são fontes significativas de sofrimento e impactam a saúde mental dos
jovens.
·
Tempo excessivo de tela: o uso excessivo de
redes sociais e até exposição ao cyberbullying podem levar ao isolamento social
e a problemas de autoimagem.
Contudo, vemos que há
uma necessidade de maior colaboração intersetorial (saúde, educação e assistência social) e a
importância do aprimoramento do financiamento das ações de saúde mental juvenil
no Brasil (https://www.scielo.br/j/physis/a/8pjwNXdHx7sn3Hh6bbGVWsK/).
Embora haja um reconhecimento
governamental da influência dos fatores sociais, econômicos e ambientais na
saúde mental, a eficácia de políticas,
dependendo da sua correta aplicação e do fortalecimento das redes de apoio
existentes.

