sábado, 20 de maio de 2023

#OBlogExplica O Movimento Sem Terra

 

Nos próximos dias, começa a CPI do MST, totalmente dominada por ruralistas - inclusive tem um site muito bom, que informa quem eles verdadeiramente são - mas que terão oito nomes de parlamentares de esquerda - sete do PT e mais a combativa Sâmia Bomfim, do PSol. Inclusive, vai ter investigação do STF em cima do presidente da dita CPI.

De criminoso, o MST não tem nada. O que eles fazem é simplesmente lutar pelos direitos humanos e prestar serviços ao País. Para termos uma ideia, durante a pandemia, o movimento fez uma grande doação de alimentos enquanto o Brasil voltava a integrar o mapa da fome.

E pra piorar, o relator da CPI é ninguém menos que o ex-ministro do meio ambiente (?!?) Ricardo Salles, que demitiu e perseguiu o corajoso delegado Alexandre Saraiva, que comandou a maior apreensão de tráfico de madeira da história do Brasil.

Enfim, o negócio já vai começar errado, mas que os oito parlamentares do povo estarão lá pra mostrar o que o MST é de verdade: um movimento social em favor do Brasil e dos que mais precisam, pois sabemos que o Agro não é nada pop.

Vamos ao que nos interessa: O que é o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra?

O MST é um movimento de ativismo político e social brasileiro, que teve origem na oposição ao modelo de reforma agrária imposto pelo regime militar, principalmente nos anos de 1970, que priorizava a colonização de terras em regiões remotas, com objetivo de exportação de excedentes.

Esse modelo de colonização revelou-se, no entender do movimento, inadequado e eventualmente catastrófico para centenas de famílias, que acabaram abandonadas, isoladas em um ambiente inóspito, condenadas a cultivar terras que se revelaram impróprias ao uso agrícola. O MST foi criado em janeiro de 1984 por trabalhadores rurais e defende a Reforma Agrária Popular, que trabalha novas relações sociais e de poder.

Trata-se de um projeto popular de sociedade anticapitalista que articula a luta pelo direito à terra, o debate das questões ambientais, as sementes como patrimônio coletivo dos povos, a produção de alimentos saudáveis, a educação e a cultura na busca e defesa dos direitos sociais e condições de vida digna para todos.


O MST está presente em 24 estados brasileiros, onde as famílias assentadas e acampadas se organizam em torno de núcleos democráticos de participação para as tomadas de decisão acerca dos trâmites internos de cada um desses ordenamentos locais e das necessidades identificadas nos diferentes setores. Ao todo, a estrutura do MST é composta por 14 setores de atuação|
  • Frente de massas;
  • Formação política;
  • Educação;
  • Produção;
  • Comunicação;
  • Projetos;
  • Gênero;
  • Direitos Humanos;
  • Saúde;
  • Finanças;
  • Relações Internacionais;
  • Cultura;
  • Juventude;
  • LGBT sem-terra.
E em relação às ocupações - porque o termo "invasões" é errado, tá? - precisamos deixar uma coisa em definitivo para entendermos: A luta Sem Terra pelo direito à terra para quem nela trabalha e produz passa pelas ocupações, que são realizadas em terras que não cumprem função social. A função social, presente na Constituição Federal de 1988, é o princípio que guia o direito de propriedade no Brasil. De acordo com a Constituição, todo bem, seja móvel ou imóvel, rural ou urbano, deve ser utilizado em prol dos interesses da sociedade, e não apenas dos proprietários.

Ou seja, militantes do MST não vão invadir a sua casa, a chácara da sua tia ou o sítio do seu avô.

Veja a seguir os vídeos sobre o MST e a recente feira que aconteceu em São Paulo: