A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), por meio de sua biblioteca, realizou na manhã deste sábado (6) uma ação cultural no Quilombo Águas Claras, em Triunfo, Sertão do Estado. Com o tema “Nabuco em Olhares de Liberdade: entre Cordel, Cianotipia e Resistência Quilombola”, a iniciativa buscou conectar o legado do abolicionista Joaquim Nabuco — patrono da Alepe — às vozes e vivências da comunidade quilombola.
A programação incluiu oficinas de literatura de cordel e cianotipia, uma técnica fotográfica do século XIX, além de rodas de conversa sobre memória, ancestralidade e resistência. As atividades foram conduzidas pelo poeta Alexandre Morais e pelo fotógrafo Douglas Fagner, que compartilharam saberes e estimularam a produção artística local.
Segundo Sirlênia Araújo, gerente da Biblioteca da Alepe, o encontro foi pensado como um espaço de valorização da cultura e da história. “Foi uma iniciativa que aproximou o legado de Joaquim Nabuco das vozes quilombolas, fortalecendo identidade, cultura e cidadania”, destacou.
A cianotipia, técnica desenvolvida pelo cientista inglês John Herschel, permitiu a impressão de imagens em tons de azul profundo. Para Sirlênia, o uso da fotografia como expressão artística foi essencial para que os participantes registrassem elementos de sua realidade e os transformassem em obras poéticas que dialogaram com liberdade e ancestralidade.
O presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto, ressaltou o papel da arte como instrumento de transformação social. “Levar o legado de Nabuco para uma comunidade quilombola foi perpetuar seus ideais de justiça e humanidade”, afirmou. Já o primeiro secretário da Casa, deputado Francismar Pontes, destacou a importância de ações fora dos muros da Assembleia. “Uma biblioteca viva, em movimento, que reconheceu e celebrou a força das comunidades que resistem e se reinventam, possibilitou a troca do conhecimento e levou literatura e arte para além de seus muros”, disse.
A atividade reforçou o compromisso da Alepe com a promoção da cultura, da educação e da inclusão social, reafirmando a relevância de Joaquim Nabuco como símbolo de luta por liberdade e justiça.