Profissionais de Enfermagem do Hospital Miguel Arraes (HMA/FGH), em Paulista, realizam nesta sexta-feira, 22, uma palestra voltada para o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, lembrado no domingo, 24 de março. O objetivo é alertar pacientes e acompanhantes para a tuberculose, que atinge cerca de 10,6 milhões de pessoas no mundo, provocando mais de um milhão de mortes a cada ano.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil apresenta um terço de todos os casos de tuberculose nas Américas. Em 2022, o Brasil registrou 81 mil novos casos de tuberculose, o que corresponde ao coeficiente de incidência de 38 novos casos por 100 mil habitantes. No mesmo período, também foram registrados cerca de 5,8 mil óbitos pela doença no país. Os altos índices fizeram com que a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) incluísse a tuberculose em sua iniciativa para a eliminação de doenças nas Américas até 2030, e que contempla 30 doenças transmissíveis.
De acordo com a pneumologista Bianca Santos, da equipe de Clínica Médica do HMA, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões. Pessoas com Covid-19, Aids, diabetes, insuficiência renal crônica, idosas doentes, alcoólatras, dependentes de drogas e fumantes têm mais predisposição a contrair a doença. “A transmissão da tuberculose é direta, de pessoa para pessoa. O doente lança pequenas gotas de saliva ao falar, espirrar ou tossir, e essas gotículas são aspiradas por outra pessoa”, explica.
Comumente, a tuberculose é confundida com uma gripe, por exemplo, e evolui durante três a quatro meses sem que a pessoa infectada saiba. Bianca alerta: “é nesse período que a doença é transmitida para outras pessoas. É preciso ficar atento aos sintomas da tuberculose, que vão desde a tosse seca ou com secreção por mais de três semanas, até febre, rouquidão e falta de apetite”.
Para evitar a tuberculose é necessário imunizar as crianças no primeiro ano de vida com a vacina BCG, pois protege contra as formas mais graves da doença. Já o diagnóstico precoce continua sendo a melhor forma de prevenir sua transmissão, iniciando o tratamento adequado o mais rápido possível. Com 15 dias após iniciado o tratamento, a pessoa já não transmite mais a doença. No entanto, deve ser feito por um período mínimo de seis meses, diariamente e sem nenhuma interrupção.
A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. O tratamento só termina quando o médico confirmar a cura total do paciente. A palestra desta sexta vai esclarecer sobre esses pontos, e acontece às 15h, no Centro de Estudos localizado no 4º andar do setor de Internamento, com as enfermeiras Kamila Samayara e Larissa Botelho.
Com informações da jornalista Iana Gouveia