quinta-feira, 10 de julho de 2025

Natação infantil: diversão com responsabilidade para evitar acidentes


Recife, PE – As aulas de natação, cada vez mais comuns na rotina de crianças a partir dos seis meses de idade, têm ganhado espaço não apenas como atividade esportiva, mas como um instrumento de sobrevivência. Especialistas alertam que a segurança aquática infantil envolve muito mais do que saber nadar — são necessários cuidados com vestimentas, brincadeiras e supervisão constante para garantir um ambiente seguro nas piscinas e praias.

A educadora física Karina Silveira, do Colégio Madre de Deus, destaca que a natação deve preparar a criança para agir em situações inesperadas. “A natação é vida. Esse momento não é apenas lúdico, ele prepara a criança para reagir em situações inesperadas”, afirma.

Durante o processo de ensino, a equipe pedagógica realiza treinamentos com simulações de acidentes, como quedas na água com roupas pesadas, sem uso de touca ou óculos. A prática busca desenvolver autonomia e ampliar a percepção de risco desde a infância. “É um conteúdo fundamental para o desenvolvimento da autonomia e noção de perigo, algo que reforçamos o ano todo, não só no mês da campanha de prevenção”, completa Karina.

Outro ponto de atenção diz respeito aos flutuadores, como boias e coletes. Apesar de populares, esses acessórios podem gerar uma falsa sensação de segurança e limitar o progresso da criança no ambiente aquático. “Não se deve confiar totalmente em flutuadores. Eles não substituem a supervisão de um adulto nem preparam a criança para lidar com emergências. A vigilância deve ser constante”, alerta a educadora.

Até mesmo o tipo de roupa utilizada pode influenciar na prevenção de acidentes. Tonalidades escuras dificultam a visualização em ambientes com pouca visibilidade, como lagoas e mar. Em contrapartida, trajes neon — como laranja, verde limão, rosa choque e amarelo — facilitam o resgate em casos de emergência.

Além disso, brincadeiras como empurrões, abraços forçados, simulações de afogamento e corridas nas bordas escorregadias devem ser desencorajadas. A presença dos responsáveis, segundo Karina, deve ir além da observação à distância. “Criança supervisionada é criança protegida. Em segundos, pode acontecer uma situação de risco, mesmo em águas rasas. Todo cuidado é pouco.”

A mensagem é clara: promover uma infância segura dentro da água exige consciência, preparo e engajamento dos adultos. Afinal, prevenir é sempre melhor do que remediar.