terça-feira, 15 de julho de 2025

Plano de Gerenciamento de Resíduos ganha espaço como pilar do ESG nas empresas brasileiras


♻️ A adoção do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) tem se consolidado como uma prática essencial nas estratégias ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) de empresas em todo o Brasil. Mais do que uma exigência legal, esse planejamento tem se mostrado um diferencial competitivo e um passo decisivo rumo à sustentabilidade empresarial.

🔍 Eficiência, conformidade e impacto ambiental

Um PGRS bem estruturado é capaz de otimizar recursos, reduzir desperdícios e garantir o cumprimento da legislação vigente, conforme estabelecido na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010). Além de definir a coleta, tratamento e destinação adequada de resíduos, o plano contribui para a preservação ambiental e evita sanções legais.

Para a coordenadora do curso de Engenharia do centro universitário UniFBV Wyden, Fernanda Fragoso, o PGRS é um instrumento-chave da gestão sustentável. “É exigido por lei para diversos setores e tem como principal objetivo planejar e operacionalizar a gestão dos resíduos desde sua geração até a destinação final ambientalmente correta”, explica a especialista.

🏢 Mercado exige responsabilidade e transparência

Segundo Fernanda, o mercado já caminha para tornar ESG e PGRS requisitos básicos. Grandes empresas como GPA, MRV Engenharia, Banco do Brasil, Bradesco, HSBC, Deutsche Bank e Ambev estão na vanguarda dessa transformação, adotando metas, relatórios e certificações para garantir transparência e responsabilidade. “A sustentabilidade deixou de ser diferencial e se tornou critério essencial. Crescer com responsabilidade é hoje uma obrigação moral e mercadológica”, aponta.

📊 Monitoramento e impacto concreto

O Sistema Nacional de Informações Sobre a Gestão de Resíduos Sólidos (SINIR), do Ministério do Meio Ambiente, regula as empresas cadastradas como geradoras, transportadoras ou receptoras de resíduos. Através do Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR) e do Certificado de Destinação Final (CDF), é possível acompanhar a trajetória dos materiais descartados.

Daniel Siqueira, gerente de qualidade do Grupo Trino, exemplifica o alcance da prática: entre 2022 e 2025, a empresa destinou 96 toneladas de papelão, 119 de plástico, 150 litros de óleo, mais de 2 mil lâmpadas e descartou corretamente mais de mil toneladas de produtos impróprios. “Isso é sustentabilidade aplicada. Cada empresa tem a responsabilidade de garantir que seus resíduos não causem degradação ambiental”, afirma.

🌱 Consumo consciente e nova geração

O compromisso ambiental também se reflete nas decisões de consumo. “A geração Z valoriza empresas que demonstram responsabilidade com o meio ambiente, respeito aos direitos humanos e ética na governança. Esses fatores influenciam diretamente suas escolhas de produtos e serviços”, conclui Fernanda.