👨👩👧👦 Com a chegada das férias escolares de julho, muitas famílias se veem diante do desafio de entreter as crianças longe dos dispositivos eletrônicos. Embora a praticidade das telas pareça solução rápida, especialistas alertam: o excesso de exposição digital pode comprometer o desenvolvimento físico, emocional e social dos pequenos.
📚 Brincar é aprender: o valor das experiências reais
De acordo com Reginaldo Arthus, professor de Pedagogia da Wyden, a infância é um período de intensa criatividade e aprendizado. Para ele, a brincadeira é uma ferramenta essencial de desenvolvimento, e ganha ainda mais relevância quando compartilhada com os pais. “A etapa ativa de descoberta das potencialidades do corpo por parte das crianças não deve ser substituída pela passividade pétrea promovida pelo feitiço da Medusa das telas dos celulares. Vamos entregar mais vida ativa para nossas crianças”, afirma.
Além dos prejuízos à atenção e ao sono, o uso prolongado de celulares e tablets pode afetar a socialização e contribuir para o aumento de casos de miopia na infância, alerta Arthus. A recomendação é clara: priorizar momentos reais, interações afetivas e atividades que estimulem autonomia e imaginação.
🏃♂️ Movimento e afeto: receita para férias inesquecíveis
O professor João Paulo Manechini, docente de Educação Física da Estácio, reforça que brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, corridas e circuitos são fundamentais para o desenvolvimento físico e motor. “Essas atividades combatem o sedentarismo e promovem a coordenação, o equilíbrio e a saúde geral”, explica.
Sem necessidade de grandes recursos, pais podem criar momentos significativos em casa ou ao ar livre — seja em um passeio de bicicleta, uma ida ao parque ou um jogo em família. Essas vivências fortalecem vínculos afetivos e criam memórias duradouras.
🧠 Excesso de telas: impacto neurológico e social
O médico pediatra Rafael Costa, docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), também alerta para os efeitos da superexposição digital. Segundo ele, há correlação entre o uso excessivo de telas e quadros de ansiedade, irritabilidade, atrasos na linguagem e alterações na regulação emocional.
> “Desligar a tela é um gesto de cuidado. Brincar, correr, conversar, imaginar — isso sim é infância em sua plenitude”, afirma o pediatra.
Rafael destaca que a convivência presencial é essencial: olhar nos olhos, interpretar gestos e compreender expressões são habilidades sociais que não se desenvolvem diante de um vídeo, mas nas trocas reais com os pares e adultos.
💡 Equilíbrio é a chave
Os especialistas são unânimes: férias escolares são uma oportunidade de desacelerar, reconectar e cultivar momentos de presença. Com criatividade, afeto e disponibilidade, é possível transformar esse período em uma experiência rica e inesquecível para toda a família.