Recife, Pernambuco – O cantor pernambucano João Gomes, de 22 anos, revelou publicamente ter abandonado o consumo de bebidas alcoólicas após receber um diagnóstico de esteatose hepática, condição popularmente conhecida como "gordura no fígado". A decisão, embora difícil para o artista que chegava a tomar duas doses de cachaça por show, tornou-se imperativa por motivos de saúde. "Tive alucinação, estava estressado. Hoje em dia está mais de boa", explicou o cantor em entrevista.
A esteatose hepática é caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado. Suas origens são diversas, podendo ser tanto o consumo excessivo de álcool quanto fatores metabólicos, incluindo má alimentação, sedentarismo, obesidade, diabetes e colesterol alto. Dados da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) estimam que cerca de 20% da população brasileira apresenta essa condição, com a prevalência na América Latina podendo alcançar até 49,6%, colocando o Brasil entre os países mais afetados.
A Doença Silenciosa e a Importância do Diagnóstico Precoce
O hepatologista Pedro Falcão destaca a natureza insidiosa da esteatose hepática. "O fígado não dói porque não possui terminações nervosas suficientes para provocar dor. Por isso, os sintomas geralmente só aparecem em estágios mais avançados", esclarece o médico.
Diante da ausência de sinais precoces, a prevenção e o diagnóstico em estágios iniciais tornam-se cruciais. Falcão reforça a importância de exames periódicos, como ultrassonografia abdominal e exames de sangue, para identificar precocemente alterações hepáticas. Em situações específicas, exames mais detalhados como a elastografia hepática, também conhecida como FibroScan, podem ser necessários para avaliar a gravidade das lesões e o nível de comprometimento do órgão.
O Papel Fundamental dos Hábitos Saudáveis
Manter uma rotina saudável é o pilar para reverter os quadros iniciais da doença e prevenir sua progressão. O especialista enfatiza que "alimentação balanceada, prática regular de atividade física e o controle do peso, da glicose e do colesterol são medidas que ajudam a evitar a progressão da esteatose para formas mais graves, como hepatite gordurosa, fibrose, cirrose e até câncer".
A experiência de João Gomes serve como um alerta para a população sobre a seriedade da gordura no fígado e a necessidade de atenção aos hábitos de vida.
