Uma redução de 89,2% no tempo de atendimento em casos de baixa complexidade. Este foi o índice alcançado pela UPA Torrões, unidade da Rede Estadual de Saúde e gerenciada pela Fundação Manoel da Silva Almeida (FMSA) / Hospital Maria Lucinda, a partir da implantação do Protocolo Fast Track. A iniciativa, que teve início na última terça-feira (29), otimiza o fluxo de atendimento dos pacientes com sintomas leves, visando a diminuição no tempo de espera na unidade e permitindo que os profissionais possam direcionar esforços para os casos mais críticos, classificados como amarelo ou vermelho.
Antes da implantação do Protocolo, a média de tempo de espera dos pacientes classificados como “verdes” era de 1h44min. Já no primeiro dia de funcionamento da estratégia, esse tempo passou para 11 minutos - o que representa uma redução de 89,2%. Neste período, foram atendidos 72 pacientes. A ideia é ativar a estratégia, inicialmente, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h - horários em que há uma maior demanda de atendimentos.
O coordenador de Enfermagem da UPA Torrões, Erik Morais, é um dos responsáveis pela implantação do Protocolo Fast Track na unidade e também participou do mesmo processo na UPA Engenho Velho, outra unidade gerenciada pela FMSA, e explica a dinâmica. “Realizamos um estudo do fluxo de pacientes na unidade, aliado à reorganização dos processos internos e ao planejamento de estratégias que viabilizem uma triagem mais eficaz. Também fizemos o treinamento das equipes assistenciais com o objetivo é reduzir significativamente o tempo de permanência dos pacientes na UPA, desde a sua chegada até a alta médica, otimizando todas as etapas do atendimento, incluindo acolhimento, classificação de risco, avaliação clínica, administração de medicamentos e demais condutas assistenciais”, detalha.
O perfil dos casos que podem ser atendidos dentro do Protocolo é aquele que compreende sintomas leves dos pacientes. Entre eles, estão dores leves, sem sinais de gravidade; gripe, resfriado ou sintomas respiratórios leves; dor de cabeça leve, sem sinais de alarme; prurido; diarréia; dor de garganta; dor lombar; vômitos.
*UPA NOVA DESCOBERTA -* Desde fevereiro deste ano, a UPA Nova Descoberta, também gerida pela FMSA, realizou a implantação do Fast Track. Ao longo deste período, cerca de quatro mil pacientes classificados como “verdes” foram atendidos dentro da metodologia. A iniciativa nesta unidade viabilizou uma redução de, aproximadamente, 87,5% na espera desses pacientes. O tempo médio de permanência na unidade saiu de 4h para 30/40 minutos.
A partir do início do Protocolo na unidade, também foi possível identificar quais as principais queixas dos usuários, sendo lombalgia (29,7%); diarreia (19,6%) e mialgia (10,5%) as mais relatadas. “Outro destaque significativo foi a redução na quantidade de medicamentos dispensados pela farmácia. Isso porque, em boa parte dos casos, os pacientes recebem apenas atestados médicos, e os atendimentos classificados como 'Fast Track' seguem protocolos com medicações padronizadas, exclusivamente de uso oral ou intramuscular, o que racionaliza o uso de insumos e agiliza o fluxo farmacêutico da unidade”, comenta a coordenadora de Enfermagem da UPA Nova Descoberta.
Na unidade, ainda foram feitas modificações na infraestrutura para garantir um melhor desenvolvimento do Protocolo. O consultório do Fast Track foi implantado no espaço anteriormente ocupado pela sala do Serviço Social. Além disso, foi aberta uma janela no ambiente com acesso direto à farmácia, otimizando a comunicação e o fluxo de atendimento.
Atualmente, além das UPAs Torrões e Nova Descoberta, outras duas unidades gerenciadas pela Fundação também já contam com os serviços do Protocolo Fast Track, são: Engenho Velho e Caruaru. Essa iniciativa chegou às UPAs através do Projeto de Boas Práticas da Beneficência Portuguesa, que tem a chancela do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi/SUS), coordenado pelo Ministério da Saúde.