A cantora Rita Hills concedeu uma reveladora
entrevista ao Blog Taís Paranhos, onde compartilhou detalhes sobre sua
trajetória musical, o lançamento de seu novo single "Sem Ter Você" e
os desafios da vida artística. Com uma carreira que a levou de Paragominas, no
Pará, a Garanhuns e Recife, em Pernambuco, Rita demonstrou a versatilidade e a
paixão que a impulsionam.
Da Escolha Musical à Diversidade de Gêneros
Rita Hills enfatizou que a música a escolheu, não o
contrário. "Nasci com a habilidade de cantar e sempre, desde os meus
cinco, seis anos, senti um forte impacto ao ouvir música. É algo que corre nas
minhas veias. Eu não escolhi a música. Ela me escolheu. Deus me escolheu para
cantar", declarou a artista.
Desde cedo, Rita cultivou um gosto eclético, transitando
entre o gospel e a música popular, com uma forte inclinação para a black
music, influenciada por divas como Whitney Houston, Celine Dion e Mariah
Carey. No cenário nacional, Elis Regina, Rosana e Leila Pinheiro também foram
grandes inspirações. Ela destacou ainda sua admiração pelas letras simples e
compreensíveis de Luiz Gonzaga.
A Jornada de Descoberta e Superação
A cantora revelou que a percepção de seu talento veio
através de amigos de seus pais. Sua mudança para Garanhuns, em Pernambuco, para
estudar música, foi um ponto de virada, apesar de uma decepção inicial com o
curso. Foi no Recife, onde se formou, que Rita Hills realmente se encontrou
artisticamente.
Um dos maiores desafios foi a imersão no canto lírico.
"No lugar que eu fui estudar, me deparei com uma dificuldade, né? Que lá
só ensinavam canto lírico. E mergulhei no novo. Aprendi o canto lírico na
marra, mas foi incrível, né? Hoje eu posso usar as duas técnicas, consigo
diferenciar e distinguir as duas", explicou. Essa versatilidade a levou a
trabalhar como backing vocal para bandas de forró renomadas como
Calcinha Preta e Aviões do Forró, há cerca de 25 anos.
A trajetória de Rita inclui participações em diversos
grupos, corais, orquestras e projetos por todo o Nordeste, além de
apresentações em eventos privados, cerimônias religiosas e grandes resorts em
Fernando de Noronha, Porto de Galinhas e Maragogi. Sua jornada também a levou a
Santa Catarina, Curitiba, e até a projetos no Teatro Municipal do Rio de
Janeiro e cruzeiros pela MSC e Royal Caribbean.
A Visão Sincera sobre a Arte e o Novo Single
Apesar das conquistas, Rita Hills não esconde os desafios da
vida de artista. "Nada foi ou é fácil, é sempre desafiador, não importa em
qual estágio, em qual idade, o músico, o cantor esteja", afirmou. Ela
lamentou a visão distorcida que muitos ainda têm sobre profissionais da arte,
que são frequentemente rotulados de "preguiçosos" ou
"desocupados". "A vida do músico, do artista, muitas vezes ela é
solitária. Ela não é solitária da solidão de não ter alguém, ela é solitária
pela falta de apoio, de acolhimento, muitas vezes da própria família que não
apoia, não ajuda, critica, aponta, e isso machuca muito", desabafou.
Sobre seus lançamentos, Rita Hills comentou as diferenças
entre "Sou VIP", um pop mais brincalhão e descontraído, e "Sem
Ter Você", seu mais novo single. A canção, que migra para o sertanejo
romântico, reflete seu estado de espírito atual de "calmaria,
sossego". "É uma letra que fala de amor, não é uma música com letra
apelativa. Eu ainda acredito nesse amor calmo, nesse amor que traz paz",
ressaltou.
Uma Artista de Essência
Rita Hills se descreve como uma pessoa e artista que não se
separa: "Eu sou muito igual. Eu não brinco quando o assunto é música e
voz." Ela se mostra alegre, simpática, carismática e com um profundo
respeito por todos. "As pessoas podem esperar por empatia,
profissionalismo, desenvoltura no palco. Uma artista que coloca o coração
quando canta, que sempre dá o seu melhor em todos os meus trabalhos e
performances", garantiu.
A cantora finalizou a entrevista expressando gratidão pelo
espaço e desejando sucesso ao trabalho da jornalista Taís Paranhos. Ela também
fez um apelo por mais comunicadores que deem voz aos novos talentos, que muitas
vezes não têm a visibilidade desejada. Rita Hills convidou o público do
Nordeste a se encantar com sua voz e a seguir suas redes sociais para conhecer
o universo musical que ela oferece.
Vamos lá para a entrevista?
Fotos: Facebook Rita Hills Singer
Vídeos: Canal do YouTube Rita Hills
O que te fez despertar para a Música?
Eu nasci com habilidade de cantar e sempre, desde os meus cinco, seis anos, senti um forte impacto ao ouvir música. É algo que corre nas minhas veias. Eu não escolhi a música. Ela me escolheu. Deus me escolheu para cantar. Já que ninguém na minha casa canta, né? Eu me tornei versátil justamente pelo gosto musical que sempre tive desde sempre. Sempre cantei o gospel e a música popular. Mas já amava o jazz, o soul, mesmo sem entender, sempre amei black music. Ouvia desde criança. Whitney Houston, Celine Dion, Mariah Carey. E no gospel eu já ouvi as músicas americanas. Este estilo em especial me influenciou desde cedo. Além de ouvir bastante a Rosana, Elis Regina, Leila Pinheiro.
Você é uma artista versátil, canta do popular ao lírico. Quem são suas maiores referências musicais?
Sempre gostei muito
das letras simples e de fácil compreensão do Luiz Gonzaga. E no gospel, as
americanas que eu mais apreciava eram Sandy Petty, Amy Grant, e como as outras
divas aí que eu comentei, Whitney, Celine, Aretha, entre outras, né?
Conta pra gente sobre a sua trajetória artística
Sobre a minha trajetória, eu só percebi que tinha um dom de tantos amigos dos meus pais pontuarem e comentarem, se não, eu nem saberia. Aí de tanto eles falarem, chamou atenção. Mas eu nasci em uma cidade do interior do Pará, Paragominas, onde as pessoas curtem eletrobrega, carimbó, brega, lambada, e não tinha nada a ver com o que eu gostava de ouvir cantar, mesmo no gospel, né? E foi um pouco mais difícil. Eu só deslanchei, assim, só consegui realmente me encontrar artisticamente quando eu segui pra Garanhuns, em Pernambuco, para estudar música, mas quando eu cheguei lá eu tive uma decepção. Eu achei que eu estava indo estudar música e quando eu cheguei lá o curso de música estava finalizando. E para não perder a minha viagem, eu fui morar no Recife, em Pernambuco, e estudar música.
Foi justamente no Recife onde eu me formei. E muitas coisas mudaram. A música e muitas opções se abriram como leque pra mim. Mas tive problema, porque apesar de cantar ritmos e gêneros variados, eu não conhecia o clássico, a ópera, o lírico. E mais uma vez, no lugar que eu fui estudar, me deparei com uma dificuldade, né? Que lá só ensinavam canto lírico. E mergulhei no novo. Aprendi o canto lírico na marra, mas foi incrível, né? Hoje eu posso usar as duas técnicas, consigo diferenciar e distinguir as duas e foi ao começar a estudar que fui conhecendo pessoas do meio e já me levaram para fazer backing para algumas bandas de forró já importantes naquela época, não é? Por exemplo, Calcinha Preta, Aviões do Forró. Isso já faz uns 25 anos. Me envolvi com muitos grupos diferentes, corais, projetos, orquestras, por todo o Nordeste. E daí por diante, nunca mais eu parei. Aí ingressei nos eventos privados, cerimônias religiosas, solenidades.
Cresci, ganhei conhecimento, as pessoas me indicavam. Até os meus professores de canto me indicavam. Passei uma temporada cantando em Fernando de Noronha, cantei muito no Sumerville Resort, lá em Porto de Galinhas, no Maragogi, no Resort Maragogi Hotel, que fica lá em Maragogi, e entre outras situações, fui na sequência para Santa Catarina, depois para Curitiba, Paraná, participei de projetos no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Fiz alguns cruzeiros pela MSC Royal Caribbean, vivenciei outras oportunidades e realidade musical. Nada foi ou é fácil, é sempre desafiador, não importa em qual estágio, em qual idade, o músico, o cantor esteja, continua sendo desafiador, porque para muitos, na verdade para a maioria, músico, cantor, quem trabalha com arte no geral, infelizmente em pleno século XXI, nós ainda somos vistos como preguiçosos, desocupados, é a linguagem mais usada vagabundos, uma visão deturpada da nossa realidade, discordo totalmente a vida do músico, do artista, muitas vezes ela é solitária, Ela não é solitária da solidão de não ter alguém, ela é solitária pela falta de apoio, de acolhimento, muitas vezes da própria família que não apoia, não ajuda, critica, aponta, e isso machuca muito, né?
E só quem trabalha neste ramo é quem sabe, né? Quão
desafiador é lidar com arte, a trabalhar com arte e ainda ter que lidar com
esse tipo de situação, de convivência, saber levar na esportiva, não levar isso
pra o que você é como ser humano, pra tua essência. E dependendo da tua idade,
quando você tá na música ou na arte, atores, você só vai aprendendo a conviver
e a lidar com essas questões com o passar dos anos. Você com 20 anos, você tá
ainda naquela euforia, tudo tá certo, o lado rebelde aparece, aí nos 30 você
começa a mudar o teu perfil e nos 40 você começa a ter uma visão mais centrada.
Então, isso realmente muda de pessoa para pessoa. Então, eu tive desafios que
talvez outros cantores não tiveram, mas eu lidei com muitas coisas porque eu
saí de uma realidade totalmente diferente, realidade de estado, de mundo
musical. Depois eu me deparei com muitos outros desafios. Em cada estado que eu
morei, em cada país, você acaba vendo coisas diferentes. E você tem que
aprender, você tem que aprender a lidar, você tem que amadurecer na força da
situação. Essa que é a verdade. E, na verdade, pra mim, Foi muito bom, foi construtivo,
eu sou uma pessoa muito fácil de lidar. Tirei aquilo que é bom pra mim, o que
não é eu aprendi a eliminar. Se não vai acrescentar, então eu excluo.
Você lançou músicas como "Sou VIP" e "Sem ter você", como éo cada uma delas?
Com relação às
músicas que eu lancei, a “Sou VIP”, respondendo à pergunta, ela é um estilo
mais pop, brincalhão, descontraído e a “Sem Ter Você” é totalmente o oposto.
Ela migra para o sertanejo romântico, que tem mais a ver com o meu estado de
espírito atual, o momento calmo. calmaria, sossego. É uma letra que fala de
amor, não é uma música com letra apelativa. Eu costumo ter muito assim o canto
de tudo, no sertanejo, em outros estilos, mas eu mesmo pra gravar, eu prefiro
esse lado mais poético, falando do amor, sabe? Porque A gente já vive uma
situação no dia a dia, no mundo atual, na realidade atual tão esdruxula, né?
Que você tem que mesmo ter que ter um pouco de cuidado, né? Então, eu ainda
acredito nesse amor calmo, nesse amor que traz paz, né? Então, a escolha dessa
música foi em função disso, da Rita, da Rita Hills, hoje. Até no pop eu também
gosto mais dessas músicas com a levada mais sossegada.
O que o público brasileiro pode esperar da Rita Hills?
Por uma pessoa, eu vou colocar pessoa e artista, porque eu não costumo ser diferente. Tem gente que tem uma personalidade como pessoa, não é? E tem gente que tem uma personalidade como cantor, músico. Eu sou muito igual. Eu não brinco quando o assunto é música e voz. Eu sou alegre, sou simpática, carismática. Tô sempre sorrindo, falando com as pessoas. Tenho respeito muito grande por todos. independente de raça, de poder aquisitivo, de região. Eu respeito muito as pessoas no geral. Elas podem esperar por empatia, profissionalismo, desenvoltura no palco. Uma artista que coloca o coração quando canta, que sempre dá o seu melhor em todos os meus trabalhos e performances. E sou uma pessoa simples, né? Gosto muito de interagir, independente do evento que eu cante, seja ele para poucas ou muitas pessoas, o meu comportamento, ele permanece o mesmo, tá bom?