O renomado grupo pernambucano SaGRAMA, responsável
por eternizar a trilha sonora de "O Auto da Compadecida", celebra
três décadas de uma trajetória marcada pela fusão entre a música tradicional
brasileira e a erudição. Em duas apresentações especiais, nos dias 16 e 17
de agosto, às 19h30, no Teatro do Parque, o grupo convida o público
para o espetáculo "SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música", com
participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e
Laila Campelo. Os ingressos já estão à venda.
Com uma história de colaborações com mais de 100 artistas, o SaGRAMA promete noites festivas. Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo, músicos e cantores com os quais o grupo nutre profunda admiração, terão momentos individuais com o SaGRAMA, culminando em uma celebração conjunta com um pot-pourri de composições de Petrúcio.
Uma Identidade Sonora Única: Da Raiz à Erudição
A força melódica das composições do SaGRAMA reside no
diálogo entre as raízes da música tradicional brasileira e o espírito acadêmico
da música erudita. "Nós usamos elementos rítmicos regionais, estudamos as
estruturas dessa música e fazemos uma leitura própria, com uma linguagem
musical mais elaborada", explica Sérgio Campelo, diretor artístico
e idealizador do grupo. Essa mescla se reflete tanto nas composições quanto na
formação dos integrantes, que utilizam instrumentos eruditos para dar vida a
essa sonoridade marcante.
O repertório para as celebrações, organizado por Manuela Vieira e com produção de Carla Navarro, foi cuidadosamente selecionado para equilibrar tradição e novidade. Clássicos como "Presepada" e "Rói-couro", que catapultaram o grupo nacionalmente em 1999 após integrarem a trilha sonora original de "O Auto da Compadecida", estarão presentes. O filme, que solicitou novas peças após ouvir o álbum homônimo de 1998 do SaGRAMA, marcou um divisor de águas para a banda. "Tínhamos apenas um álbum lançado e, de repente, a gente ficou conhecido no país. Mudou totalmente, a gente saiu de Pernambuco e começou a tocar no Brasil inteiro", recorda Sérgio Campelo.
Três Décadas de Reconhecimento e Inovação
Além dos sucessos, o público poderá desfrutar de faixas de
seus dez álbuns, incluindo peças menos contempladas como "Mutalambô"
e "Tábua de pirulito", uma homenagem ao primeiro produtor, Luiz
Guimarães. A suíte completa "Aspectos de uma feira", de Dimas
Sedícias, que retrata o vibrante ambiente das feiras nordestinas, também será
apresentada. Em um momento exclusivo, o público ouvirá em primeira mão o frevo
"Para sempre folião", composição de Beto Hortis com arranjo de Sérgio
Campelo.
A repercussão de "O Auto da Compadecida" abriu
portas para o SaGRAMA em diversas outras trilhas sonoras, como o filme "O
Brasil Império na TV" e espetáculos renomados. O grupo também foi
convidado por maestros como Edson Rodrigues e Clóvis Pereira para gravações de
suas obras.
Ao longo de 30 anos, o SaGRAMA gravou 10 discos, realizou apresentações em grande parte do Brasil e no exterior, conquistando prêmios e indicações de prestígio. Entre eles, o Prêmio AESO de Cultura Pernambucana, o troféu de Melhor Álbum na categoria Regional do 27º Prêmio da Música Brasileira com "Cordas, Gonzaga e Afins" (junto a Elba Ramalho), e a indicação ao Grammy Latino 2016 como Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileira.
Parcerias e Formação Essencial
O palco do SaGRAMA já foi dividido com grandes nomes da
música brasileira, como Alceu Valença, Naná Vasconcellos, Yamandu Costa, Nação
Zumbi, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Maestro Spok, e muitos outros.
Fundado em agosto de 1995 por professores e alunos do
Conservatório Pernambucano de Música, o grupo iniciou executando músicas de
compositores brasileiros eruditos. A união com a música popular surgiu por
influência do compositor Dimas Sedícias, que incentivou a incorporação de
folguedos.
O SaGRAMA sempre priorizou uma formação com três
instrumentistas de sopro, três de corda e três de percussão, atualmente com um
reforço na percussão, totalizando dez músicos. Os fundadores Antônio Barreto
(marimba, vibrafone e percussão), Cláudio Moura (viola nordestina,
violão, arranjos e codireção) e Sérgio Campelo (flauta, arranjos e
direção artística) continuam à frente. A formação atual inclui também
Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Ingrid Guerra (flautas), Aristide Rosa
(violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Dannielly Yohanna (percussão),
Isaac Souza (percussão) e Tarcísio Resende (percussão).
"Essa combinação resultou em uma identidade musical tão
marcante que se tornou um verdadeiro ‘carimbo’ do grupo: quem ouve,
reconhece", afirma Cláudio Moura. A manutenção dessa formação instrumental
é considerada essencial para preservar a essência do SaGRAMA.
As celebrações dos 30 anos do SaGRAMA, que começaram com o show "Na trilha dos 30" em novembro e incluíram uma prévia de carnaval, ainda preveem uma biografia e um minidocumentário, prometendo ainda mais novidades para os fãs.
SERVIÇO
Show "SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música"
Com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto
Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo.
Quando: 16 e 17 de agosto, às 19h30
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista,
Recife)
Quanto: R$ 120
Informações: www.instagram.com/sagrama.oficial