domingo, 27 de julho de 2025

SaGRAMA Celebra 30 Anos de Carreira com Shows Especiais no Teatro do Parque

 

SáGRAMA - Foto: Helder Ferrer

O renomado grupo pernambucano SaGRAMA, responsável por eternizar a trilha sonora de "O Auto da Compadecida", celebra três décadas de uma trajetória marcada pela fusão entre a música tradicional brasileira e a erudição. Em duas apresentações especiais, nos dias 16 e 17 de agosto, às 19h30, no Teatro do Parque, o grupo convida o público para o espetáculo "SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música", com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo. Os ingressos já estão à venda.

Com uma história de colaborações com mais de 100 artistas, o SaGRAMA promete noites festivas. Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo, músicos e cantores com os quais o grupo nutre profunda admiração, terão momentos individuais com o SaGRAMA, culminando em uma celebração conjunta com um pot-pourri de composições de Petrúcio.

Uma Identidade Sonora Única: Da Raiz à Erudição

A força melódica das composições do SaGRAMA reside no diálogo entre as raízes da música tradicional brasileira e o espírito acadêmico da música erudita. "Nós usamos elementos rítmicos regionais, estudamos as estruturas dessa música e fazemos uma leitura própria, com uma linguagem musical mais elaborada", explica Sérgio Campelo, diretor artístico e idealizador do grupo. Essa mescla se reflete tanto nas composições quanto na formação dos integrantes, que utilizam instrumentos eruditos para dar vida a essa sonoridade marcante.

O repertório para as celebrações, organizado por Manuela Vieira e com produção de Carla Navarro, foi cuidadosamente selecionado para equilibrar tradição e novidade. Clássicos como "Presepada" e "Rói-couro", que catapultaram o grupo nacionalmente em 1999 após integrarem a trilha sonora original de "O Auto da Compadecida", estarão presentes. O filme, que solicitou novas peças após ouvir o álbum homônimo de 1998 do SaGRAMA, marcou um divisor de águas para a banda. "Tínhamos apenas um álbum lançado e, de repente, a gente ficou conhecido no país. Mudou totalmente, a gente saiu de Pernambuco e começou a tocar no Brasil inteiro", recorda Sérgio Campelo.

Três Décadas de Reconhecimento e Inovação

Além dos sucessos, o público poderá desfrutar de faixas de seus dez álbuns, incluindo peças menos contempladas como "Mutalambô" e "Tábua de pirulito", uma homenagem ao primeiro produtor, Luiz Guimarães. A suíte completa "Aspectos de uma feira", de Dimas Sedícias, que retrata o vibrante ambiente das feiras nordestinas, também será apresentada. Em um momento exclusivo, o público ouvirá em primeira mão o frevo "Para sempre folião", composição de Beto Hortis com arranjo de Sérgio Campelo.

A repercussão de "O Auto da Compadecida" abriu portas para o SaGRAMA em diversas outras trilhas sonoras, como o filme "O Brasil Império na TV" e espetáculos renomados. O grupo também foi convidado por maestros como Edson Rodrigues e Clóvis Pereira para gravações de suas obras.

Ao longo de 30 anos, o SaGRAMA gravou 10 discos, realizou apresentações em grande parte do Brasil e no exterior, conquistando prêmios e indicações de prestígio. Entre eles, o Prêmio AESO de Cultura Pernambucana, o troféu de Melhor Álbum na categoria Regional do 27º Prêmio da Música Brasileira com "Cordas, Gonzaga e Afins" (junto a Elba Ramalho), e a indicação ao Grammy Latino 2016 como Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileira.

Parcerias e Formação Essencial

O palco do SaGRAMA já foi dividido com grandes nomes da música brasileira, como Alceu Valença, Naná Vasconcellos, Yamandu Costa, Nação Zumbi, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Maestro Spok, e muitos outros.

Fundado em agosto de 1995 por professores e alunos do Conservatório Pernambucano de Música, o grupo iniciou executando músicas de compositores brasileiros eruditos. A união com a música popular surgiu por influência do compositor Dimas Sedícias, que incentivou a incorporação de folguedos.

O SaGRAMA sempre priorizou uma formação com três instrumentistas de sopro, três de corda e três de percussão, atualmente com um reforço na percussão, totalizando dez músicos. Os fundadores Antônio Barreto (marimba, vibrafone e percussão), Cláudio Moura (viola nordestina, violão, arranjos e codireção) e Sérgio Campelo (flauta, arranjos e direção artística) continuam à frente. A formação atual inclui também Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Ingrid Guerra (flautas), Aristide Rosa (violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Dannielly Yohanna (percussão), Isaac Souza (percussão) e Tarcísio Resende (percussão).

"Essa combinação resultou em uma identidade musical tão marcante que se tornou um verdadeiro ‘carimbo’ do grupo: quem ouve, reconhece", afirma Cláudio Moura. A manutenção dessa formação instrumental é considerada essencial para preservar a essência do SaGRAMA.

As celebrações dos 30 anos do SaGRAMA, que começaram com o show "Na trilha dos 30" em novembro e incluíram uma prévia de carnaval, ainda preveem uma biografia e um minidocumentário, prometendo ainda mais novidades para os fãs.

SERVIÇO

Show "SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música"

Com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo.

Quando: 16 e 17 de agosto, às 19h30

Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista, Recife)

Quanto: R$ 120

Informações: www.instagram.com/sagrama.oficial