segunda-feira, 12 de maio de 2025

Saúde 5.0: a nova era da Medicina une tecnologia e humanização no cuidado ao paciente


A medicina está passando por uma transformação significativa impulsionada pelas inovações tecnológicas que moldam a assistência à saúde. Depois dos avanços da chamada Saúde 4.0, que trouxe digitalização, automação de processos e ferramentas como inteligência artificial (IA), big data e Internet das Coisas (IoT), o setor avança para um novo paradigma: a Saúde 5.0.  

De acordo com o ortopedista Sormane Britto, especialista em Healthtech e inovação, a Saúde 4.0 revolucionou o ecossistema médico ao integrar tecnologias disruptivas, garantindo maior eficiência e conectividade. "A digitalização permitiu desde o uso de prontuários eletrônicos até o monitoramento remoto de doenças crônicas, criando bases sólidas para a evolução do modelo de atenção à saúde", explica Britto.  

Apesar dos benefícios, a digitalização intensa gerou um novo desafio: o risco da desumanização. O foco excessivo em processos e indicadores afastou médicos e pacientes, prejudicando a relação terapêutica.  

**O equilíbrio entre tecnologia e sensibilidade**  

Inspirada na Sociedade 5.0 — conceito criado pelo governo japonês para o uso inteligente e ético da tecnologia — a Saúde 5.0 surge como uma resposta ao dilema contemporâneo. A proposta não é substituir os avanços conquistados, mas sim evoluir para um modelo de cuidado que una a precisão tecnológica com a empatia clínica.  

"A Saúde 5.0 é um movimento que reconhece o paciente como um ser integral, indo além do diagnóstico e considerando suas condições emocionais, sociais e culturais", destaca Britto.  

Nesse novo cenário, a tecnologia assume um papel estratégico no suporte à decisão clínica, na personalização do cuidado e na promoção da saúde integral. Ferramentas como IA para triagem inteligente, wearables com sensores preditivos e algoritmos diagnósticos passam a ser extensões do olhar clínico, garantindo eficiência sem comprometer a essência do atendimento humano.  

"A tecnologia deve servir para ampliar a escuta, fortalecer vínculos e apoiar decisões mais seguras e personalizadas. Não se trata de automatizar a relação, mas de potencializá-la com inteligência e ética", conclui Britto.  

A expectativa para os próximos anos é a consolidação de um modelo híbrido de atendimento no Brasil — preciso como a máquina, sensível como o humano — com a tecnologia como protagonista de uma nova fase da medicina centrada no paciente.