segunda-feira, 30 de junho de 2025

Jaildo Marinho retorna a Pernambuco com exposição monumental no Museu do Estado

O Museu do Estado de Pernambuco será palco de uma das mais impactantes exposições já realizadas por um artista pernambucano. A mostra “Metamorfismo”, do escultor e pintor Jaildo Marinho, radicado na França há mais de três décadas, ocupará o espaço entre os dias 10 de julho e 10 de agosto, com entrada gratuita. A exposição reúne 25 obras inéditas, entre esculturas, pinturas e instalações, que mergulham na ancestralidade, na memória e nas raízes sertanejas do artista.

🎨 Arte como memória viva

Natural de Santa Maria da Boa Vista, no Sertão pernambucano, Jaildo Marinho transforma materiais como mármore, granito, couro, sebo, madeira e chifres de boi em narrativas visuais que evocam lembranças da infância, da cultura popular e da história de seu povo. A exposição é uma realização do Porto Cultural, com apoio do Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e patrocínio da BRF. A curadoria é do jornalista e escritor Mário Hélio Gomes, com direção geral de Will Albuquerque.

> “Voltar ao Recife com uma exposição individual é muito especial para mim. É como se fechasse um ciclo e, ao mesmo tempo, abrisse novos caminhos. Essa mostra é uma celebração das minhas raízes e da minha trajetória artística”, afirma Jaildo.


🪨 Metamorfismo: entre o peso da matéria e a leveza da memória

A exposição reúne 5 toneladas de mármore e granito, distribuídas em 25 obras: seis quadros, seis esculturas em mármore, seis em granito, seis com chifres e uma instalação. Cada peça carrega um fragmento da história do artista — como o varal de granito que remete às roupas da infância, ou as esculturas em sabão que homenageiam sua avó, que produzia sabão artesanal com sebo de carneiro.

A madeira, vinda do pequizeiro do Cariri, é usada para criar agulhas gigantes, símbolo da ancestralidade feminina que costurava a vida familiar. Já o couro e os chifres representam o gado, elemento central da economia e da cultura sertaneja. A instalação final, feita com varas de madeira, evoca as cercas secas do Sertão — frágeis, tortas, mas resistentes como a memória.

> “Metamorfismo combina dois aspectos principais: um externo, perceptível, visível a qualquer espectador; e outro, interno, entranhado, de sentido. A memória e os seus materiais. O tempo passado se representa no espaço do mármore do sabão, da madeira”, explica o curador Mário Hélio.

🏆 Do Sertão ao mundo

Jaildo Marinho é reconhecido internacionalmente por sua estética geométrica e pelo uso expressivo do mármore — que, em suas mãos, ganha leveza e fluidez, desafiando a rigidez da matéria. Aos 22 anos, deixou o Recife para estudar escultura em Paris, onde consolidou sua carreira. Recebeu prêmios como a medalha de ouro no Festival de Mahares (Tunísia, 1995) e o Prêmio de Escultura da Bienal de Malta (1999). Suas obras já foram exibidas em museus e galerias da Europa, Ásia, Estados Unidos e América Latina.

Além de artista, Jaildo é um dos fundadores do Museu MADI de Artes Modernas, em Sobral (CE), reforçando seu compromisso com a difusão da arte moderna no Brasil.

📍 Serviço  
Exposição “Metamorfismo” – Jaildo Marinho  
📅 De 10 de julho a 10 de agosto  
📍 Museu do Estado de Pernambuco – Recife, PE  
🎟️ Entrada gratuita  
📲 Mais informações: @museudoestadodepernambuco