No coração de Paulista, em Pernambuco, vive Seu Guga — um guardião da cultura popular e dos ritmos do passado. Descendente de uma linhagem que há mais de 200 anos cultiva o coco como expressão de resistência, arte e identidade, ele segue firme com o legado iniciado pelos seus bisavós. Mesmo sem registros oficiais ou reconhecimento institucional, seu trabalho ecoa em cada batida, em cada verso improvisado, em cada roda que se forma em torno da tradição.
Apesar das dificuldades, Seu Guga mantém viva uma das mais antigas manifestações culturais do estado. Sua história, marcada por luta e resiliência, começa a ganhar visibilidade com o apoio de pessoas que acreditam na importância de valorizar a cultura raiz. Com vídeos, relatos e agora, matérias jornalísticas, a meta é conseguir apoio institucional e acesso a políticas de incentivo, como as leis de fomento à cultura.
“Ele não tem nenhuma publicação, nunca teve divulgação... mas tem uma história linda que precisa ser contada,” relata o colaborador Mozart Ferré, que tem apoiado Seu Guga na divulgação de seu trabalho. “Estou mandando para a imprensa, filmando, registrando — porque é importante ter isso escrito, documentado. É nossa história viva.”
A iniciativa visa não só reconhecer oficialmente a contribuição de Seu Guga à cultura pernambucana, mas também garantir que novas gerações possam conhecer, aprender e se orgulhar dessa expressão ancestral. O coco é mais que canto — é identidade, é história, é resistência. E, com histórias como a de Seu Guga, ele segue ecoando.
