quinta-feira, 4 de maio de 2023

Maio Verde: Quase 1,5 milhão de brasileiros não sabem que têm glaucoma


Maior causa de cegueira irreversível no mundo, o glaucoma atinge cerca de 2 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG). E quase 70% desse total não sabe que convive com o problema. Diante da falta de conhecimento sobre a doença, este ano a campanha Maio Verde, iniciada no ano passado, está sendo intensificada para combater e ajudar na prevenção contra o glaucoma.

O glaucoma é uma doença ocular caracterizada por alteração do nervo óptico que leva a um dano irreversível das fibras nervosas e, consequentemente, perda de campo visual e podendo levar a perda da visão. Essa lesão pode ser causada por um aumento da pressão ocular ou uma alteração do fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico.

“A única forma de intervenção da medicina no glaucoma hoje é controlar a pressão intraocular. E a gente consegue impedir que haja perda de campo visual, perda de visão, através do controle dessa pressão. São várias formas de fazer isso e o médico vai avaliar qual é a melhor”, explica a oftalmologista Hayana Rangel, do Hospital de Olhos Santa Luzia, que integra a rede Vision One.

Diagnóstico precoce é fundamental

A doença é capaz de causar cegueira se não for tratada a tempo, pois 80% dos casos não apresentam sintomas no início. Apesar de não ter cura, pode ser controlada com tratamento adequado e contínuo. Uma pessoa com glaucoma em estágio avançado terá visão embaçada, dificuldades para enxergar em ambientes escuros, e perda de visão lateral, com uma mancha escura em volta.

"O glaucoma é um vilão silencioso. Se o paciente só for procurar ajuda médica quando apresentar sintomas já teve uma perda das estruturas das fibras nervosas e não consegue recuperar o campo visual perdido, então é de extrema importância fazer o diagnóstico precoce e começar o tratamento para que ele não tenha consequências irreversíveis na visão", alerta a oftalmologista Hayana Rangel

O glaucoma também pode aparecer devido aos fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como ter mais de 60 anos, ser portador de diabetes ou hipertensão, ou ainda ser negro ou afrodescendente. O diagnóstico é feito por meio de exames realizados pelo oftalmologista. 

Tratamento pode ajudar a controlar a doença

Apesar do glaucoma não ter cura, é possível controlar a doença através do diagnóstico precoce. "Pensando em tratamento, temos várias possibilidades. A primeira e mais comum é o uso de colírios que vão diminuir a pressão intraocular. Outra opção é o uso de laser para melhorar a anatomia e a drenagem do líquido dentro do olho”, diz a oftalmologista Hayana Rangel.

Um dos grandes avanços para o tratamento da doença foi a cirurgia de implante de stent em pacientes com casos leves e moderados. A técnica é chamada de MIGS (minimally invasive glaucoma surgery, depois alterado para microinvasive glaucoma surgery, ou cirurgia de glaucoma microinvasiva, na tradução para o português).

A técnica funciona da seguinte maneira: um microdispositivo é introduzido por uma pequena incisão no olho para facilitar a drenagem e diminuir a pressão intraocular, que é o principal fator de risco do glaucoma. O Hospital de Olhos Santa Luzia dispõe de especialistas credenciados para realizar este procedimento, que melhora o controle da doença e garante uma recuperação muito mais rápida. Outro carro-chefe do HOSL no tratamento do glaucoma são as cirurgias a laser (SLT), que podem ser indicadas até nos casos iniciais.

“As cirurgias hoje são minimamente invasivas e que podem ser realizadas até em estágios iniciais. É importante saber que apesar de termos essa gama de tratamentos, nenhum deles é curativo, e sim com o objetivo de estabilizar a doença”, finaliza a especialista do Hospital de Olhos Santa Luzia.