Cerca de 150 mil brasileiros são diagnosticados com ceratocone por ano segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Geralmente, ele se manifesta primeiramente na adolescência, entre os 13 e 18 anos de idade do paciente, sendo frequentemente bilateral. O mês de Junho é dedicado ao combate à doença.
O ceratocone é uma deformação na córnea que cria uma "pontinha" em formato de cone, na parte frontal do olho. “Quando você coça os olhos você causa uma deformidade na córnea e com a repetição desse movimento pode ocorrer uma deformidade permanente, que seria o ceratocone”, explica a oftalmologista Isadora Diógenes, do HOPE, hospital integrante da rede Vision One.
Sua principal característica é o afinamento na espessura da córnea e um aumento na sua curvatura. A doença também é a principal causa de transplantes de córnea no país. A fila de espera por um transplante de córnea duplicou nos últimos cinco anos. Ao todo, são quase 25 mil pacientes na fila, aponta o CBO.
O ato de coçar os olhos é uma das causas mais comuns do ceratocone, já que a ação causa um trauma na córnea. Alergias que induzam o paciente a coçar ou esfregar a região ocular também são agravantes. Outros fatores de risco são histórico familiar da doença e ser portador da Síndrome de Down.
É importante destacar que muitas vezes, o ceratocone é confundido com outras doenças como miopia ou astigmatismo. Os principais sintomas são fotofobia (sensibilidade à luz); irritação; ofuscamento; imagens duplas; embaçamento e distorções moderadas e dificuldade para enxergar à noite. “O ceratocone inicialmente não causa sintomas, e por isso é ainda mais perigoso. Em casos mais avançados, ele causa fotofobia e visão distorcida que não melhora com óculos, precisando de lente de contato para uma melhor correção”, afirma a oftalmologista Isadora Diógenes.
“A partir do momento em que há o diagnóstico ou mesmo a suspeita do ceratocone, é necessário que o paciente seja avaliado por um especialista em córnea e seja acompanhado de forma trimestral ou semestral, a depender do caso”, acrescenta a especialista em córnea do HOPE.
Existem várias alternativas de tratamento para o ceratocone, a depender do grau da doença. “Existe o tratamento para melhorar a visão do paciente e o tratamento para evitar a evolução. No segundo caso, pode ser feito o crosslink, que é um laser com objetivo de estabilizar a córnea do paciente e torná-la mais rígida. É indicado quando é um paciente menor que 18 anos ou então quando há progressão da doença detectada pelos exames certo”, diz a oftalmologista Isadora Diógenes. “Já para melhorar a visão, a gente pode lançar mão de óculos, uso de lentes de contato e transplantes de córnea em último caso”, completa a especialista do HOPE.