domingo, 26 de novembro de 2023

Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres

 

Ontem, 25 de novembro é o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres, data celebrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 1999 com o intuito de alertar para a urgente necessidade de prevenir e eliminar agressões dessa magnitude em todo o mundo.

No Brasil, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública enfatizam a importância dessa luta. Os registros de feminicídios, por exemplo, cresceram 2,6% no país no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2022. Foram 722 mulheres assassinadas em território nacional. O número de estupros também cresceu assustadoramente. 34 mil mulheres e meninas sofreram com esse crime, que apresentou um aumento de 14,9% em relação ao ano passado. 70% das vítimas têm até 13 anos de idade.

A psicóloga Mayrla Pinheiro, da Hapvida NotreDame Intermédica, destaca que a violência contra a mulher, quando praticada por parceiros, costuma acontecer em um ciclo vicioso de três fases. “A primeira fase é conhecida como tensão. Ocorre quando se iniciam as brigas e as discórdias entre o casal, com xingamentos e ameaças, algumas vezes recíprocos. A segunda fase é a da agressão propriamente dita, seja ela física, sexual ou patrimonial. Já na terceira fase, a do arrependimento, conhecida na psicologia como lua de mel, o agressor costuma mudar de comportamento, pedindo perdão, e, normalmente, convence a vítima de que agiu motivado por um comportamento inapropriado da mulher. Esta, por sua vez, costuma desconsiderar o problema e perdoar . Até que a situação volta a se repetir”, explica.

A especialista aponta que, embora seja mais comum pensar em violência contra a mulher apenas quando se tratam de atos físicos ou sexuais, há outras manifestações possíveis. Nesse sentido, é preciso estar atenta para não se tornar passiva diante delas.

“Na violência psicológica, por exemplo, a vítima geralmente não entende o que está passando. O agressor mexe nas questões psíquicas, trazendo sequelas emocionais, e ainda coloca a mulher em uma posição de pessoa fantasiosa e desequilibrada”, acrescenta.

“Na violência patrimonial, ele subtrai, destrói ou retém objetos ou documentos da vítima ou de ambos. Na violência moral, há comportamentos relacionados a injúrias, calúnias, difamação e xingamentos. Muitas vezes, por conviver e observar ações desse tipo no relacionamento dos pais, a vítima tem uma permissividade, aceitando como algo natural”, pontua.

O Escritório das Nações Unidas aponta que apenas 40% das mulheres vítimas de violência relatam suas experiências a mecanismos formais devido à vergonha ou ao medo. A psicóloga da Hapvida NotreDame Intermédica enfatiza a importância de as vítimas buscarem ajuda enquanto é cedo para evitar que chegue a um quadro mais drástico, que é o de feminicídio.

“Há várias leis e vários serviços que amparam as vítimas de violência. Se você está passando por isso, não sofra sozinha em casa. Entre em contato com o 180, que é a Central de Atendimento à Mulher. Além disso, busque ajuda com um psicólogo ou psiquiatra para tratar o luto dessa relação tóxica que não foi o que você esperava. Se você foi procurado como rede de apoio, não deixe de prestar ajuda e oferecer apoio em sua integridade”, enfatiza a psicóloga.

Canal da Mulher

Desde outubro deste ano, a Hapvida NotreDame Intermédica expandiu o Canal da Mulher para que clientes possam denunciar casos de violência doméstica. O projeto foi feito em parceria com a ONG As Justiceiras e tem como objetivo suprir a necessidade de sistemas alternativos para combater e prevenir a violência de gênero.

A plataforma — disponível 24 horas por dia, sete dias por semana — conta com uma força tarefa voluntária de mulheres para oferecer orientação jurídica, psicológica, socioassistencial, médica e rede de apoio e acolhimento.

Para se conectar, basta acessar o link Canal da Mulher: https://linktr.ee/canaldamulherhapvidandi