quarta-feira, 2 de julho de 2025

Cresce o uso de cigarro eletrônico entre adolescentes no Brasil


O uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes brasileiros tem crescido de forma alarmante. Segundo dados do Terceiro Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad 3), conduzido pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), um em cada nove adolescentes no país já faz uso do dispositivo — número cinco vezes maior que o de jovens que fumam cigarros tradicionais.

Apesar de não regulamentado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o acesso ao cigarro eletrônico, também conhecido como vape, é facilitado pela internet. A coordenadora da pesquisa, professora Clarice Madruga, lamenta o retrocesso após décadas de políticas públicas bem-sucedidas de combate ao tabagismo iniciadas nos anos 1990.

O levantamento, que pela primeira vez incluiu os cigarros eletrônicos, ouviu cerca de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais, entre 2022 e 2024, em todas as regiões do país. Os participantes tiveram a opção de encaminhamento para tratamento no Hospital São Paulo e no Centro de Atenção Integral em Saúde Mental da Unifesp.

🔬 Riscos à saúde são graves e imediatos  
O cirurgião torácico Rodrigo Santiago, do NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste), em Caruaru (PE), alerta para os perigos do uso do vape. “A nicotina presente nesses dispositivos tem alto poder de vício e dependência cerebral. Além disso, o vapor exalado libera substâncias cancerígenas como formaldeído e metais pesados, afetando também quem está por perto”, explica.

O vape funciona com um líquido que contém nicotina concentrada, solventes como propilenoglicol e glicerina, além de aromatizantes. Esse líquido é aquecido e inalado, o que potencializa a absorção de substâncias tóxicas.

🫁 Doença pulmonar associada ao vape preocupa especialistas  
Identificada em 2019, a EVALI (sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico) é uma condição grave causada, entre outros fatores, pelo acetato de vitamina E — substância presente em líquidos com THC, o princípio ativo da maconha. Os sintomas incluem falta de ar, febre, tosse, náusea, dor no peito e cansaço extremo. O tratamento exige internação e pode incluir corticóides, antibióticos, antivirais e oxigênio.

🏥 Sobre o NOA  
Com 14 anos de atuação em Caruaru, o NOA oferece atendimento especializado em oncologia, hematologia, mastologia, cirurgia torácica e outras áreas. A clínica conta com equipe multiprofissional e estrutura para infusões de tratamentos, acompanhamento hospitalar e preparo seguro de quimioterápicos, sempre com base nas melhores evidências científicas.