terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Hábitos de vida podem tornar o câncer a principal causa de morte na próxima década


Em sete anos o câncer deve ser a principal causa de morte no mundo. Essa é a constatação das principais organizações de saúde, que definem 2030 como o ápice dos casos de mortalidade por essas neoplasias - atualmente o câncer está em segundo lugar, atrás das doenças cardiovasculares. Os maus hábitos de vida e o envelhecimento da população são considerados fatores importantes para essa realidade, que já representa 4,45 milhões de mortes no mundo, de acordo com estudo Global Burden of Diseases (GBD) de 2019. O mesmo estudo indicou que as mortes por câncer devido a fatores de risco aumentaram cerca de 20,4% de 2010 a 2019.

No dia 04 de fevereiro, Dia Mundial de Combate ao Câncer, instituições de saúde buscam ampliar o conhecimento da sociedade sobre as formas de prevenção e de tratamento da doença, sensibilizando todos a efetivamente fazer ações para modificar cenários e salvar vidas. Referência em tratamento oncológico, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) lançará uma série de conteúdos informativos, que pode ser conferido no site (hcp.org.br) ou redes sociais (@sigahcp). 

Segundo informações da publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil, lançada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025. Cerca de um terço das mortes são devidas aos fatores de riscos comportamentais e alimentares. Uma vida saudável, sem excessos, com uma rotina que inclua cuidar da mente e evitar estresses, não fumar, evitar bebidas alcoólicas, praticar atividades físicas e uma alimentação balanceada (frutas, legumes e fibras), compõem a forma de viver que estudos apontam como fatores que evitam o câncer, o que diminuiria em 40% os diagnósticos. “Mudar a forma como lidamos com o alimento, o trabalho e a rotina são fundamentais para reduzir as chances de contrair um câncer”, destaca a nutricionista especialista em nutrição oncológica do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), Andréa Barros. 

Não se expor de forma prolongada e sem proteção ao sol e vacinar crianças contra o Papilomavírus Humano (HPV) também são medidas preventivas importantes. O sol é o principal fator de risco para o câncer de pele (tipo de câncer mais incidente do mundo), e o HPV a principal causa do câncer de colo do útero, além de outros cânceres como o de vulva, vagina, ânus, pênis, boca e garganta. 

Embora o ideal ainda seja prevenir, a detecção precoce do câncer também deve ser estimulada. Diagnosticar o câncer em estágio inicial aumenta as chances de cura entre 80% e 90%, além de reduzir a possibilidade de sequelas ocasionadas pelo tratamento. Nesse sentido, as consultas periódicas ao médico devem fazer parte da rotina de toda a população. O Papanicolau, por exemplo, exame conhecido das mulheres, pode detectar lesões percursoras do câncer de colo de útero, assim como consultas ao dermatologista podem identificar o câncer de pele e, no caso dos dentistas, os vários tipos de cânceres de cabeça e pescoço, como garganta, língua e gengiva. “Não se deve esperar sintomas ou ter história familiar para entender que prevenção e detecção precoce são vitais”, destaca o oncologista do HCP, Ilan Pedrosa.




*Para Pernambuco, INCA prevê 24.590 casos em 2023. Hospital de Câncer de Pernambuco deve atender 50%*

O Instituto Nacional de Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, organiza a publicação das estimativas de câncer desde 1995. Suas principais fontes de informação são os registros de câncer e o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). O estudo indica que, dos 704 mil casos novos de câncer no Brasil esperados para cada ano do triênio 2023-2025, 152.930 sejam diagnosticados no Nordeste. 

Pernambuco seria responsável por 24.590 casos e a capital Recife por 5.440, com prevalência para o câncer de próstata (73,28/100 mil), seguido do câncer de mama feminina (52,20/100 mil) e câncer do colo do útero (17,59/100 mil).

*Importância do HCP*
Única instituição exclusivamente oncológica do estado, o HCP é responsável pelo tratamento de mais de 50% dos pacientes com câncer em tratamento pelo Sistema único de Saúde (SUS), 43% das cirurgias oncológicas, 35% das quimioterapias e 45% das radioterapias realizadas em Pernambuco pelo SUS (fonte: DATASUS/2022). 

O hospital é filantrópico e atende a população com doações de pessoas físicas e de empresas, além de parcerias, convênios e políticas públicas pactuadas com os governos municipais, estaduais e federal. Esses recursos são responsáveis pela totalidade da receita, despesas e investimentos necessários para atender gratuitamente os pacientes. Os recursos recebidos são destinados a proporcionar toda estrutura necessária ao tratamento, como a realização de exames, consultas, cirurgias, medicamentos e demais procedimentos assistenciais, inclusive para a produção das refeições, manutenção e atualização tecnológica. 

*Defasagem na tabela do SUS*
Com a defasagem de mais de uma década na tabela do SUS, o aumento dos insumos na área da saúde e dos crescentes diagnósticos pós quarentena da pandemia, o HCP vem enfrentando dificuldades financeiras.   Para contribuir com o tratamento oncológico, a população pode ajudar o Hospital de Câncer de Pernambuco através do site hcp.org.br ou o telefone (81) 3217.8290.