Podcast Taís Paranhos

quinta-feira, 30 de março de 2023

Exposição e Equovisita marcam ações em prol da Conscientização do Autismo

 

De acordo com estudo mais recente do Centro de Controle (CDC), divulgado na última semana com base em dados estatísticos de 2022, uma em cada 36 crianças é autista nos EUA, o que representa uma média de mais de 226 mil crianças. Apesar do Brasil não ter números de prevalência de autismo, tomando-se a mesma proporção desse estudo com a população brasileira, pode-se determinar que este público chegue a cerca de 5,95 milhões. 

Por isso, faz-se necessário ter o melhor entendimento sobre esse transtorno que ainda está ainda amplamente imerso na incompreensão por parte de grande parte da população. “Hoje, conseguimos perceber com mais facilidade transtornos comuns, como o TDAH, depressão e ansiedade, por exemplo, porque começamos a prestar mais atenção a isso agora. Da mesma forma, estudos mostram que o autismo está muito mais abrangente por conta da facilidade de profissionais de saúde e educação compreenderem melhor os sinais, percebidos pelas famílias que estão descobrindo coisas em seus filhos que antes não se percebia!”, comenta a psicopedagoga Luciene Santos, que atua com este público há mais de uma década.

Para a especialista, que fundou o CEAM - Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar, hoje temos mais percepção dos problemas emocionais que estão ao nosso redor e das dificuldades que já existiam na sociedade e nos núcleos familiares, especialmente no que diz respeito ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), cujas causas ainda são desconhecidas. Apesar disso, os tratamentos atuais podem ajudar no processo comportamental com intervenções que contribuem para o desenvolvimento de habilidades sociais e de comunicação. 

Por isso, é importante abraçar a conscientização do autismo, cuja data é próximo domingo, dia 02 de abril (Dia Mundial da Conscientização do Autismo), movendo esforços para ajudar na mobilização pela inclusão. “Os profissionais de educação das escolas, em especial da rede pública, já estão começando a se familiarizar cada vez mais com o transtorno. Mas, claro, é fundamental estarmos sempre colocando o assunto em questão”, destaca Santos, que comanda o CEAM e o grupo homônimo com os sócios Anna Karenina Bittencourt (fonoaudióloga) e Italo Gomes (psicólogo).

O Grupo CEAM atende cerca de 500 crianças e adolescentes entre os cinco e os 16 anos com Transtorno do Espectro Autista – TEA e, desta forma, busca intensificar o entendimento da condição e massificar a inclusão através da 3ª Jornada CEAM do Autismo, que está sendo realizado até o próximo domingo, dia 02. As atividades do evento envolve desde segunda (dia 27) até a próxima sexta (31 de março), palestras escolas públicas das redes municipais do Recife, Olinda e Jaboatão com o objetivo de compartilhar conhecimento que ajude na dinâmica dos profissionais de educação no ambiente escolar, a identificar alguns sinais e ter capacidade de lidar com algumas circunstâncias comuns como dificuldade de capacidade de comunicação e interação social, falta de interesse em brincar com outras crianças e padrões repetitivos de comportamento. “O Transtorno do Espectro Autista envolve uma ideia ampliada do que imaginamos, que engloba casos muito graves a casos muito leves - que que tem uma variabilidade e uma maleabilidade específica –, que possivelmente não apresentam diagnóstico tão visível aos olhos. Por isso, é importante o diagnóstico mais precoce para a realização de um tratamento mais ostensivo, com mais horas de terapia para evolução”, comenta Italo Santos.

Para tanto, a 3ª Jornada CEAM do Autismo aposta em estratégias importantes dentro da ação pelo Dia Mundial da Conscientização do Autismo com foco na evolução entre as quais uma exposição de artes, a EXPOCEAM, em todas as quatro unidades do Grupo CEAM com telas criadas pelas crianças e adolescentes atendidas nos trabalhos do Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar. Mas, ainda envolve no sábado, dia 01, uma Equovisita das crianças com pais ou responsável ao Centro Elohim, na Várzea, e no Centro Pernambucano de Equoterapia, em Gravatá, com a intenção de aproximar pais, familiares e amigos ao processo de inclusão, longe dos estigmas desta condição que envolve um público muito maior do que imaginamos. Já no domingo, dia 02, haverá um passeio ao Mirabilândia com integração das crianças com brinquedos e energia de aprendizado que o processo de brincadeira proporciona.

“Crianças com TEA precisam ser associadas com diversas atividades e ações que as ajudem a desenvolver habilidades e interação social com outras crianças. Elas precisam instalar o básico que está atrelado ao cerne do espectro e da condição de ter conexões sociais com outras pessoas. É uma construção contínua”, enfatiza a fonoaudióloga Anna Karenina Bittencourt do CEA. Por isso, o CEA tem trabalhado também com diagnóstico com uma equipe multidisciplinar com profissionais qualificados de diversas áreas da saúde, além do atendimento pelo desenvolvimento do aprendizado e da redução dos entraves que limitam crianças e adolescentes com TEA no processo de socialização com a família e a sociedade. Pioneiro no estado no tratamento de crianças e adolescentes com o Transtorno do Espectro Autista – TEA, o CEAM atua com ações que contemplam, inclusive, formação de profissionais de educação e saúde.