O renomado artista brasileiro Vik Muniz desembarca no Instituto Ricardo Brennand, no Recife, com a exposição “A Olho Nu”, e compartilha sua experiência de expor em um dos espaços mais emblemáticos do circuito cultural brasileiro.
“Conhecer o Instituto Ricardo Brennand foi uma novidade arrebatadora”, conta o artista. “É um lugar que parece estar fora não só de Recife, mas fora do próprio universo. Um espaço que transcende barreiras de tempo e história, com uma permeabilidade histórica e espacial impressionante.”
Muniz revela que o impacto do espaço físico influenciou diretamente sua conexão com a exposição. “O lugar já carrega uma identidade que dialoga com a essência do meu trabalho. Existe um deslocamento, uma espécie de desorientação que acho fascinante — combina com a natureza da minha produção.”
A mostra “A Olho Nu” mergulha em temas como percepção, vulnerabilidade e experimentação. Segundo Muniz, a nudez no título da exposição não se refere apenas ao corpo, mas à exposição do próprio processo artístico. “Não há uma tecnologia específica dominando a experiência. Você vê as coisas despidas, vê uma variedade imensa de atitudes em relação à criação e percepção da imagem.”
O artista ressalta ainda o aspecto experimental da mostra. “Ela revela o artista no ato de experimentar, de lançar ideias em múltiplas direções. Nem tudo acerta, e isso é parte do processo criativo. O que está em cartaz são os acertos — resultado de um processo cuidadoso de edição — mas o espírito da experimentação está todo ali.”
Mais do que contemplar, “A Olho Nu” convida o público a participar de um ritual visual, libertando-se, ainda que por instantes, dos filtros que geralmente mediariam a percepção do mundo.
Ficha técnica e informações adicionais:
– Curadoria: Daniel Rangel, diretor do Museu de Arte Contemporânea da Bahia
– Período de visitação: de 13 de junho a 31 de agosto de 2025
– Local: Galeria Lourdes Brennand, Instituto Ricardo Brennand, Recife
– Obras em exibição: mais de 200 trabalhos, abrangendo 37 séries produzidas desde os anos 1980
– Obra inédita: “Concretismo Clássico” (2025), da série Relicário, feita em mármore, quartzito e granito
– Realização: Instituto Ricardo Brennand e Galeria Nara Roesler
– Patrocínio: BC Investimentos S.A., via Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura
