🧠 Em meio à era da hiperconectividade e dos excessos digitais, entender o impacto de estar sozinho sobre a saúde mental tornou-se uma discussão fundamental. A psicóloga Bianca Reis, especialista em Psicoterapia Junguiana e saúde emocional, esclarece as diferenças entre solidão e solitude e destaca como essas vivências podem afetar o bem-estar físico e psicológico.
Segundo a profissional, a solitude é um estado intencional de estar só, marcado por experiências como caminhar sozinho ou ir ao cinema com prazer. Para Bianca, momentos como esses promovem introspecção, autoconhecimento e conexão consigo mesmo, funcionando como uma prática saudável na rotina. “Especialmente no mundo contemporâneo, repleto de distrações e ruídos constantes, esses momentos de introspecção tornam-se ainda mais valiosos”, pontua.
Já a solidão é descrita como uma sensação de desconexão emocional ou social — mesmo em meio a outras pessoas. Estudos apontam que quando essa vivência se torna crônica, os efeitos podem ser perigosos. Pesquisa realizada pela Cigna Corporation nos Estados Unidos, em 2023, revelou que 58% dos adultos se sentem solitários, índice que cresceu significativamente após a pandemia e com o uso excessivo de tecnologias.
Bianca alerta que esse tipo de solidão, quando prolongado, está associado a riscos para a saúde cardiovascular, além de impactar negativamente a saúde mental. “A solidão com sofrimento pode levar a um ciclo vicioso de isolamento, afetando profundamente as relações sociais e a autoestima”, explica.
Ela reforça que reconhecer os sinais de solidão é essencial, e que buscar apoio profissional pode ser decisivo para a qualidade de vida. “Enquanto a solitude pode ser uma prática enriquecedora, a solidão não desejada representa um desafio significativo para o bem-estar individual e coletivo”, conclui.
Sobre a especialista
Bianca Reis atua há mais de 11 anos como psicoterapeuta. É mestra em Família, pós-graduada em Estimulação Precoce, Neuropsicologia, Desenvolvimento e Aprendizagem, e formada em Terapia do Esquema. Seu trabalho clínico é voltado às questões familiares, relacionamentos, sexualidade, gênero, ansiedade, depressão e saúde emocional.