terça-feira, 15 de julho de 2025

Produtores do Vale do São Francisco propõem soluções para crise tarifária nos EUA


Petrolina, PE - Em busca de saídas para uma crise tarifária que pode afetar a fruticultura regional, os presidentes da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, e do Sindicato dos Produtores Rurais de Petrolina (SPR), Jailson Lira, se reuniram nesta segunda-feira (14). Entre as propostas discutidas, estão o adiamento da taxa de importação por seis meses e a definição de uma cota para as exportações de manga e uva para o mercado americano, correspondente à safra atual.

As lideranças do agronegócio manifestaram grande preocupação com o possível prejuízo na fruticultura. Na safra anterior, a região exportou para os Estados Unidos 36,8 mil toneladas de manga e 13,3 mil toneladas de uvas, o que gerou receitas de exportação de US$ 45,8 milhões e US$ 41,5 milhões, respectivamente.

A preocupação aumenta à medida que a safra deste ano se aproxima, com início previsto para o final de julho ou começo de agosto. Os produtores já se organizaram com materiais e compromissos com distribuidores no mercado externo. “Uma sanção dessas torna inviável mandar para os Estados Unidos e a fruta, como é perecível, precisa ser comercializada”, ressaltaram Guilherme Coelho e Jailson Lira. Eles explicaram que enviar a produção para a Europa ou para o mercado interno resultaria em prejuízos, além de desorganizar a oferta e derrubar os preços.

Os presidentes discordaram da sugestão do Ministério da Agricultura de buscar mercados alternativos, como o japonês, sul-coreano e chinês. Eles apontam que o mercado da Coreia do Sul, por exemplo, representa apenas 1,22% do tamanho do mercado americano. Além disso, a China é um mercado ainda em fase de prospecção, sem logística específica e acessibilidade adequada. “Portanto, nós estamos assim muito descrentes com essas duas possibilidades”, esclareceram.

Ao final da reunião, as lideranças fizeram um apelo por um maior diálogo para resolver o impasse. Eles destacaram que os valores em jogo e os investimentos feitos pelos produtores, além da empregabilidade da região, estão ameaçados pela crise tarifária.